Doutrina Espirita

Aqui quem quiser encontrará situações sobre a Doutrina Espírita,baseada em Doutrina - Filosofia e Religião; além de estudo, conceitos de grandes vultos que passaram pela vida material, que abraçaram a Doutina Espírita e por psicografia trazem alento para o nosso dia-a-dia, nos mostrando que a vida material não é única, mas a Vida Espiritual de onde vimos e para onde vamos é a principal.

Wednesday, April 12, 2006

Menssagem Lida em 13/04/2006


CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS.


Mensagem para 19.º Encontro Espírita sobre A Vida e a Obra de Leon Denis.


Espaços e mundos! Que maravilha nos reservais?

Imensidões siderais, profundezas sem limites, dais a impressão da majestade divina. Em vós, por toda a parte e sempre, esta à harmonia, o esplendor, a beleza! Diante de vós, todos os orgulhos caem, todas as glórias vãs se dissipam. Aqui, percorrendo suas órbitas imensas, estão astros de fogo dos qual nosso Sol é apenas uma pálida tocha. Cada um deles arrasta atrás de si um imponente cortejo de esferas que são outros tantos teatros da evolução. Lá, como na Terra, seres sensíveis vivem, amam, choram.

Todas essas estrelas parecem nos sorrir, como amigas esquecidas. Seus mistérios nos atraem. Sentimos que elas são a heranças que Deus nos reserva. Mais tarde, nos séculos futuros, conheceremos essas maravilhas que nosso pensamento apenas faz aflorar. Percorreremos esse infinito que a palavra não pode descrever uma língua limitada. Sem dúvida, há, nessa ascensão, degraus tão numerosos que não podemos contá-los; mas nossos guias nos ajudarão a subi-los, ensinando-nos a soletrar as letras de ouro e de fogo, a divina linguagem da luz e do amor. Então, o tempo não terá mais medida para nós. As distâncias não existirão mais. Não pensaremos mais nos caminhos obscuros, tortuosos, escarpados, que tivemos seguido no passado, e aspiraremos as alegrias serenas dos seres que nos tiverem precedido e que traçam, através de jatos de luz, nossa estrada sem fim. Os mundos em que tivermos vivido terão se dissipado; eles não serão mais do que poeira e detritos, porém guardaremos a deliciosa impressão das felicidades colhidas nas suas superfícies, efusões do coração que começaram a nos unir as outras almas irmãs. Conservaremos a cara e dolorosa lembrança dos males partilhados, e não seremos mais separados daqueles que temos amado, pois os laços entre as almas são como os que existem entre as estrelas. Através dos séculos e dos lugares celestes, subiremos juntos para Deus, o grande foco de amor que atrai todas as criaturas!

Leon Denis.

Livro: O Grande Enigma, cap. X, 2. ª parte.
Edições Leon Denis.

Augusto Rezende

Sunday, April 09, 2006

As Alternativas

1 - DOUTRINA DEÍSTA.

O deísmo compreende duas ordens bem distintas de crentes: os deístas independentes e os providenciais. Os primeiros crêem em Deus e admitem todos os seus atributos como criador.
Deus, dizem, estabeleceu as leis gerais, que regem o universo: mas essas leis, uma vez estabelecidas, funcionam por si sós, sem que o seu autor cuide delas. As criaturas fazem o que querem ou o que podem, sem que Ele com isso se importe.
Não há providência, e desde que Deus não se ocupa conosco, nada temos que lhe pedir e menos que lhe agradecer. Quem nega a intervenção da providência na vida do homem, faz como a criança, que julga com bastante capacidade para dispensar a tutela, os conselhos e a proteção dos pais; ou pensa que estes não se devem mais ocupar com ela, desde que lhe deram o ser. Sob pretexto de glorificar o Senhor, muito grande, dizem, para se abaixar até à às criaturas, fazem dele um grande egoísta, rebaixando-o ao nível dos animais, que abandonam os filhos aos azares da vida.
Esta crença é filha do orgulho e encerra o pensamento de libertar-se de um poder superior, que fere o amor próprio de cada um. Ao passo que uns recusam reconhecer aquele poder, outros aceitam a sua existência, condenando-o, porém à nulidade.
Há uma diferença essencial entre o deísta independente, de que nos temos ocupado, e o deísta providencial; este crê não somente na existência e no poder criador de Deus, como também em sua intervenção incessante na criação; não admite, porém, o culto externo, nem o dogmatismo atual.
Cópia de: (Obras Póstumas).
Augusto Rezende
2 - DOUTRINA DOGMÁTICA.

A alma, independente da matéria, é criada para cada ser, mas sobrevive à morte e conserva a sua individualidade depois dela. O seu destino é desde aquele momento, irrevogavelmente fixado, o seu progresso ulterior são nulos, sendo, por conseguinte, intelectual e moralmente, e para sempre, o que era quando acabou na vida. A do mau, sendo condenada a castigos eternos e irremissíveis, no inferno, nada colhe pelo arrependimento; Deus recusa-lhe a possibilidade de reparar o mal que fez. A do bom é recompensada com a vista de Deus e com a perpétua contemplação no céu. Os casos de condenação ou de salvação ficam a decisão ou juízo de homens falíveis, a quem foi dada o poder de condenar a absolver.
Nota. Se a esta última proposição se objetar, que Deus julga em última instância, responder-se-á, perguntando: qual é, então, o valor da decisão pronunciada pelos homens, pois que pode ser anulada?
Separação definitiva e absoluta dos condenados e dos eleitos, inutilidade de socorros e de consolações aos condenados. Criação de anjos ou almas privilegiadas isenta de todo o trabalho para chegarem à perfeição, etc.
Conseqüências: Esta Doutrina deixa sem solução os seguintes problemas:

1. ª – Donde vem às disposições inatas, intelectivas e moral que fazem os homens nascer bons ou maus, inteligentes ou idiotas?

2. ª – Qual o destino dos que morre na infância? Por que hão de alcançar a bem-aventurança, sem o trabalho a que estão sujeitos os outros por longos anos? Por que hão de ser recompensados, sem nenhum bem terem feito, ou hão de ser privados da felicidade perfeita, sem terem feito o mal?

3. ª – Qual o destino dos loucos e idiotas, que não têm consciência dos seus atos?

4. ª – Onde o cunho da justiça nas misérias e enfermidades de nascença, quando não são resultantes de nenhum ato da vida presente?

5. ª – Qual o destino dos selvagens e de todos os que morrem por força maior, no estado de inferioridade moral, em que os colocou a natureza, se não lhes é permitido progredir ulteriormente?

6. ª – Por que criou Deus uns mais favorecidos que outros?

7. ª – Por que chamar da vida, prematuramente, os que poderiam progredir, se vivessem mais tempo, uma vez que não lhes é dado faze-lo depois da morte?

8. ª – Por que a criação de anjos, sem nenhum trabalho elevado à perfeição, quando o homem é submetido às mais rude provas, em que tem mais provas, em que tem mais probabilidades de sucumbir do que sair vitorioso, etc.? (*).

· A revolução teológica da atualidade procura eliminar, tanto no Catolicismo como no Protestantismo, estes pontos negativos da Teologia clássica. Veja-se o esforço gigantesco de Theillard de Chardin para dar uma orientação evolucionista ao Catolicismo. No Protestantismo a revolução teológica chegou ao extremo do Cristianismo Ateu. Todas as soluções apresentadas até agora são insuficientes e padecem às vezes de gritante incoerência. Enquanto as religiões dogmáticas não substituírem os seus dogmas de fé (que sustentam a fé cega) pelo dogma racional da reencarnação (fundamento bíblico e evangélico do Cristianismo) não escaparão do absurdo, do ilogismo em que se afundaram. (N. do Ver.).
Cópia de: (Obras Póstumas).
3 - DOUTRINA MATERIALISTA.

A inteligência é uma propriedade da matéria, nasce e morre com o organismo. O homem é tão nada antes, como é nada depois da vida corporal.
Conseqüências: Não sendo senão matéria, o homem não tem de reais e de invejáveis senão os gozos materiais; as afeições morais são efêmeras, os laços morais, a morte os rompe para sempre; as misérias da vida não têm compensação; o suicídio deve ser o fim racional e lógico da existência, quando não há esperança de melhoria para os sofrimentos. É inútil qualquer constrangimento para vencer ruis inclinações; deve viver para si, o melhor possível, enquanto dura a vida terrestre; é estupidez contrariar-se e sacrificar comodidades e bem-estar por amor de alguém, isto é, por quem há de ser aniquilado também, os deveres sociais ficam sem fundamento, o bem e o mal são coisas inventadas e a contenção social fica reduzida à ação material da lei civil.

Observações: Não será talvez inútil lembrar aos nossos leitores algumas passagens de um artigo, que publicamos acerca do materialismo na Revue de agosto d 1868.

“O materialismo”, escrevíamos, firmando-se como nunca o fizera em época alguma, dando-se como regulador supremo dos destinos morais da humanidade, assombrou as massas pelas conseqüências inevitáveis das suas doutrinas com relação à ordem social, Por essa razão, provocou, em favor das idéias espiritualistas, uma enérgica reação, que deve dar-lhe a medida do quanto está longe de possuir simpatias tão gerais como supõe, e do quanto se ilude, esperando poder um dia dar leis ao mundo.

“É incontestável que as crenças” espiritualistas do tempo passado são insuficientes para o atual, não se acham no nível intelectual da nossa geração e são, em muitos pontos, contraditadas pelos dados seguros da ciência; sustentam idéias incompatíveis com as necessidades positivas da sociedade moderna; incorrem, além disso, na grande falta de impor-se pela fé cega e prescrever o livre exame.

“Daí, sem a menor dúvida, o desenvolvimento da incredulidade na maior parte dos homens”.

“Naturalmente que se eles fossem criados e educados com idéias mais tarde, confirmadas pela razão, nunca seriam incrédulos”. Quantos, aceitando o Espiritismo, nos têm dito: “se nos tivessem sempre apresentado Deus, a alma e a vida futura de maneira racional, nunca teríamos duvidado!”. Por se haver em princípio recebida má ou falsa aplicação, é razão para que o rejeitem?

“As coisas espirituais são como a legislação e todas as instituições; precisam acomodar-se aos tempos, sob pena de sucumbirem”. Em vez de apresentar algo melhor que o velho espiritualismo, preferiu o materialismo, tudo suprimir, dispensando-se de procurar a verdade, o que parecia mais cômodo àqueles a quem era importuna a idéia de Deus e da vida futura.

“Que diriam de um médico que, julgando o regime de um convalescente insuficiente, lhe prescrevesse absoluta abstinência”?

“O que admira na maior parte do materialista da escola moderna é o espírito de intolerância, levado aos derradeiros limites, quando são os que mais clamam pelo direito de liberdade de consciência”!...

“... Há, na atualidade, da parte de um determinado partido, leva de blóqueis, contra as idéias espiritualistas em geral, das quais naturalmente participa o Espiritismo. O que procuram, não é Deus melhor e mais justo, é o Deus-matéria, menos molesto, porque ninguém lhe precisa prestar contas.

“Ninguém nega a esse partido o direito de opinião e o de discutir as dos outros; mas não se lhe pode autorizar a pretensão, bem singular da parte de homens, que se dá por apóstolos da liberdade, de impedir que os outros creiam a seu modo e discutam as doutrinas de que não compartilham. Intolerância por intolerância, tanto vale a das velhas crenças, como a do moderno materialismo...” *.

O extremismo é um fenômeno psicológico determinado pelo imediatismo, pelo desejo de solução imediata dos problemas. É comum no homem a passagem de um extremo ao outro. Kal Marx, opondo-se ao extremismo religioso, passou para o outro extremo, o do materialismo. Augusto Comte cai do positivismo materialista para fugir às obrigações da metafísica. Sigmund Freud, para combater os exageros do psiquismo afunda-se no pansexualismo. Kardec teve o mérito de não cair em nenhum extremismo, dando ao Espiritismo o equilíbrio que o conserva como doutrina coerente, baseada na tolerância, na fraternidade e na compreensão profunda da natureza evolutiva do homem. (N. do Ver.).



Cópia de: ( Obras Póstumas).
Augusto Rezende.
4 - DOUTRINA PANTEÍSTA.

O princípio inteligente (alma), independente da matéria, está espelhado por todo o universo, mas individualiza-se em cada ser durante a vida, e volta, pela morte, à massa comum, como voltam ao oceano as águas da chuva.
Conseqüências: Sem individualidade e sem consciência de si mesmo, o ser é como se não existisse. As conseqüências morais desta doutrina são exatamente as mesmas do materialismo.
Observação: Um determinado número de panteístas admite que a alma, aspirada, ao nascer, do todo universal, conserva a sua individualidade por tempo indefinido, não voltando à massa geral senão depois de ter alcançado o último grau da perfeição. As conseqüências desta variedade de crenças são absolutamente as mesmas que as da Doutrina panteísta, propriamente dita, porque é completamente inútil todo o trabalho para adquirir conhecimentos, dos quais se perderá a consciência, aniquilando-se a alma depois de um tempo relativamente curto.
Se o espírito recusa a concepção panteísta em geral, sobe de ponto a repugnância em admitir, quando se vem dizer que, ao alcançar a ciência, a perfeição suprema, perde ele o resultado do seu esforço e desaparece a individualidade. (*).

(*) Essa teoria da conservação da individualidade nos estágios inferiores da evolução aparece na Teosofia com a doutrina da alma grupo dos animais. Cada espécie animal constituiria uma alma grupo, para a qual voltaria à alma individual do animal após a morte, enriquecida com suas experiências o psiquismo da espécie. O Espiritismo considera a individualização como objetiva da evolução do princípio inteligente (essência da alma) para o desenvolvimento da consciência em direção a Deus, que é a consciência suprema, mas não para fundir-se nesta e sim para conviver com ela. Essa teoria panteísta confunde a individualidade com o egoísmo. Este que é uma deformação do indivíduo, é que desaparece com a evolução. (N. do Ver).

Cópia de: (Obras Póstumas)
Augusto Rezende.
5 - DOUTRINA ESPÍRITA.

O princípio inteligente é independente da matéria. A alma individual preexiste e sobrevive ao corpo. O ponto de partida é o mesmo para todas as almas, sem exceção; todas são criadas simples e ignorantes e estão submetidas à lei do progresso indefinido. Nada de criaturas privilegiadas ou mais favorecidas que outras; os anjos são almas elevadas à perfeição, depois de terem passado, como as outras, por todos os graus da inferioridade.
As almas ou Espíritos progridem, mais ou menos rapidamente, em virtude do seu livre arbítrio e na medida do seu trabalho e boa vontade. A vida espiritual é a normal; a corpórea não passa de uma fase transitória da vida do Espírito, enquanto este reveste o invólucro material de que de despoja pela morte. O Espírito progride no estado corporal e no espiritual; aquele, porém, lhe é necessário até que tenha alcançado determinado grau de perfeição.
Desenvolve-se pelo trabalho a que é sujeito pelas próprias necessidades e adquire, por esse trabalho, conhecimentos práticos especiais.
Sendo insuficiente uma única existência corpórea para adquirir todas as perfeições, toma um corpo tantas vezes quanta lhe é necessário, trazendo, quando se reencarna, o adiantamento adquirido nas anteriores existências e na vida espiritual. Quando adquiriu no mundo tudo o que se pode aí adquirir, deixa-o, para subir a outros mais adiantados intelectual e moralmente, e menos materiais. Assim chega a criatura à perfeição de que é susceptível.
O estado feliz ou desgraçado dos Espíritos é inerente ao seu adiantamento moral; a punição é a conseqüência do seu endurecimento no mal, de maneira que são eles próprios que se castigam; nunca, porém, lhes é fechada à porta do arrependimento, por onde podem, quando quiserem, voltar ao caminho do bem e alcançar, com o tempo, todos os progressos.
Os que morrem ainda crianças podem ser mais ou menos adiantados, porque já têm tido outras existências, nas quais puderam praticar o bem ou fazer más obras. A morte não os isenta das provas pelas quais devem passar, porque, há seu tempo, recomeçará nova existência, na terra ou em mundos superiores, segundo o grau de elevação de cada um.
A alma dos loucos e idiotas é da mesma natureza das outras e a sua inteligência é muitas vezes superior, sofrendo pela insuficiência de meios para entrar em relação com as suas companheiras de existência, como os mudos sofrem por não poderem falar, senão como expiação ou prova. Abusaram da inteligência em anteriores existências e aceitaram, voluntariamente, a pena que os reduziu à impotência, para expurgo do mal que fizeram. *

As experiências parapsicológicas atuais comprovam cientificamente esta verdade espírita, demonstrando que os retardados e deficientes mentais, no plano extra-sensorial (libertos da rede dos sentidos orgânicos) equiparam-se às criaturas normais e não raro as superam. Débeis mentais exercem funções psi competindo com indivíduos normais. Kardec, em suas experiências na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (ver Revista Espírita) já havia comprovado que os espíritos de idiotas manifestavam-se com plena lucidez e podiam comentar as suas dificuldades do estado de vigília, quando sofriam o constrangimento das imperfeições orgânicas. (N. do Rev.).

Cópia de:(Obras Póstumas).
Augusto Rezende.

Saturday, April 08, 2006

Alternativas da Humanidade

AS CINCO ALTERNATIVAS DA HUMANIDADE.


Bem poucos são aqueles que não cuidam do dia de amanhã. Se inquieta o que possa vir depois de um dia de vinte e quatro horas, com sobrada razão deve preocupar o que será depois do grande dia da vida, porque não se trata de alguns instantes, mas da eternidade.
Viveremos ou não depois daquele dia? Não há fugir; é questão de vida ou de morte, é a suprema alternativa!...(1*)
Interroga-se o senso íntimo da quase universalidade dos homens, todos responderão; “viveremos”.
Esta esperança é para eles uma consolação. Entretanto, esforça-se uma pequena parte, sobretudo depois de algum tempo, por provar que não viveremos. Esta escola faz prosélitos, força é confessá-lo e principalmente no seio daqueles que, temendo a responsabilidade do futuro, acham mais cômodo gozar do presente, sem constrangimento, sem se perturbar com a perspectiva das conseqüências. Não passa, porém isto de opinião de um pequeno número. (2*)
Se vivermos, como havemos de viver? Em que condições viveremos? Aqui os sistemas variam, segundo as crenças religiosas e filosóficas. Entretanto, todas as opiniões sobre o futuro dos homens podem ser reduzidas a cinco principais, que vemos, sumariamente, analisar, a fim de ser mais fácil a comparação e cada um escolher aquela que lhe parecer mais racional e melhor corresponder às suas aspirações pessoais e as necessidades da sociedade.
As cinco alternativas são aquelas que resultam das doutrinas do materialismo, do panteísmo, do deísmo, do dogmatismo e do Espiritismo.

(1*) Apesar de todas as inovações culturais e avanços científicos verificados depois de Kardec até os nossos dias, a tese das cinco alternativas não foi alterada. Mudaram-se alguns rótulos, mas as posições continuam as mesmas: materialismo, panteísmo, deísmo, dogmatismo ou espiritismo. Nesta última incluem-se as grandes doutrinas reencarnacionistas já existentes no tempo de Kardec e escolas que surgiram posteriormente, inspiradas nos princípios espíritas, como os vários ramos teológicos. (N. do Ver.).

2*) Hoje a expressão de Kardec: pequena minoria parece inadequada. O materialismo expandiu-se como ideologia política e domina mais da metade do globo. Por outro lado, a generalização de Kardec sobre a irresponsabilidade e o comodismo dos materialistas não se justifica, diante das lutas e dos sacrifícios destes para a implantação de uma nova ordem social no mundo. Há mesmo, como assinala Annie Besant em suas memórias, inegável abnegação de parte daqueles que estoicamente se sacrificam sem nada esperar após a morte, pela construção de um mundo melhor para as gerações futuras. Mas, apesar disso, a ambição e o imediatismo solapam os movimentos ideológicos do materialismo e ameaçam destruir as suas conquistas logo após as primeiras vitórias. Kardec, embora não tivesse podido examinar a fundo o problema, percebeu a fragilidade dessa posição, motivada por um desvio de visão da natureza espiritual do homem. Por outro lado, a maioria numérica não corresponde à realidade ideológica. Mesmo nos países dominados pelo materialismo a grande maioria continua espiritualista. (N. do Ver.).

Doutrina Espirita

Doutrina Espirita

A ESTRADA DA VIDA.

A questão da pluralidade de existências preocupa, há longo tempo, os filósofos e mais de um viram, na preexistência da alma, a única solução possível dos mais importantes problemas da psicologia. Sem aquele princípio, eles se vêem peados a cada passo e retidos por barreiras, que somente pela pluralidade de existências podem ser transpostas.
A maior objeção que se pode levantar contra essa doutrina é o esquecimento das anteriores existências. Na verdade, a sucessão de existências inconscientes umas das outras, o abandono de um corpo para tomar outro, sem haver memória do passado, equivalente ao nada, porque seria o nada para o pensamento; seriam outros tantos pontos de partida, novos, sem ligação com os precedentes; seria um rompimento; um constante rompimento com todas as afeições, que tornam encantadora a vida presente e a mais doce e consoladora esperança do futuro: seria enfim a negação de qualquer responsabilidade moral. Semelhante doutrina seria tão inadmissível e tão incompatível com a justiça de Deus, como a de uma única existência, com a perspectiva de uma eternidade de penas por algumas faltas temporárias.
Compreende-se bem que não possam admiti-las aqueles que fazem idéia assim da reencarnação.
O Espiritismo, porém, não no-la apresenta com esse aspecto.
A existência espiritual da alma o ensina, é a sua existência normal, com indefinida lembrança retrospectiva. As existências corporais não são senão intervalos, curtas estações na vida espiritual e a soma de todas essas estações não passam de uma mínima da existência normal, absolutamente como se, numa viagem de muitos anos, se parasse, de tempos em tempos, por algumas horas.
Se durante as existências corporais parece haver solução de continuidade, por falta de memória ou lembrança do passado a ligação se restabelece durante a vida espiritual, que não tem interrupção. A solução de continuidade não existe, realmente, senão para a vida corpórea exterior e de relação, e, aqui, a ausência de lembrança prova a sabedoria da Providência, que não quis que o homem estivesse muito afastado da vida real, em que tem deveres a cumprir. No estado de repouso do corpo, porém, no sono, a alma readquire, mais ou menos, a vida retrospectiva e assim restabelece a cadeia, somente interrompida no estado de vigília, (1*).
Pode objetar-se, perguntando: que proveito se colhe das existências anteriores, uma vez que se não tem consciência das faltas cometidas? O Espiritismo responde, primeiramente, que a lembrança das existências desgraçadas, acumuladas às misérias da vida presente, tornaria esta ainda mais penosa. Foi, pois, um excesso de sofrimento que Deus nos quis poupar. Se assim não fora, qual seria muitas vezes, a nossa humilhação, tendo presente o que fomos! Quanto ao proveito, inútil é, para melhorarmos, aquela lembrança. Em cada existência damos alguns passos para diante, adquirirmos algumas qualidades e despojamo-nos de imperfeições. Cada uma delas é, pois, um novo ponto de partida, em que somos o que nós tivermos feito em que atendemos ao que somos sem cuidar do que fomos.

Se, numa existência anterior, fomos antropófagos, que nos interessa saber, se já não o somos? Se tivermos uma falta qualquer, de que nos não resta mais sinal, vale isto por questão terminada, de que não temos uma falta, de que só nos corrigimos em parte; certamente, o resto não combatido nos acompanhará na nova existência, em que nos poderemos corrigir. Tomemos um exemplo. Um homem foi assassino e ladrão; castigado na vida corpórea, e na espiritual, arrependeu-se e corrigiu-se do primeiro arrastamento, mas não do segundo; na seguinte existência será somente ladrão, talvez um grande ladrão, mas não um assassino; mais um passo, ele não será mais senão um fraco ladrão; ainda mais, e já não roubará, embora ainda sinta o desejo, que a consciência lhe combate; um último esforço, e tendo desaparecido todo o sentimento do vício, será um modelo de probidade. De que lhe serve para isso saber o que foi? A lembrança de ter acabado no cadafalso não lhe serviria senão de tortura e de humilhação perpétuas. Aplicai este raciocínio a todos os vícios; a todos os erros e reconhecereis que a alma se aperfeiçoa passando pelo cadinho das encarnações.
Não será mais digno da soberana justiça entregar o Senhor ao homem o seu próprio destino, só dependente dos esforços que fizer por melhor, do que criar uma alma ao mesmo tempo em que o corpo, condená-la a tormentos eternos, por erros passageiros, sem lhe dar os meios de correção?
Pela pluralidade das existências, o seu futuro está nas próprias mãos; se gasta muito tempo em melhorar, sofre as conseqüências da demora; é a suprema justiça; mas a esperança nunca o deixa. A seguinte comparação nos faz melhor compreender as peripécias da vida humana. Suponhamos uma longa estrada, em cujo percurso encontra-se, da distância em distância, mas com intervalos desiguais, florestas que é preciso atravessar. Na entrada de cada floresta, a estrada larga e bela é interrompida e só na saída é que continua.
Um viajante segue por aquela via e chega à primeira floresta; aí, porém, não encontra caminho, mas um décalo, onde se perde. A claridade o sol não penetra e a espessa abóbada formada pelas árvores; ele caminha sem rumo; porém, afinal, depois de inauditas fadigas, chega aos confins da mata, mas chega alquebrado pelo cansaço, com as carnes rasgadas pelos espinhos, os pés feridos pelas pedras. Ali torna a encontrar o caminho e a luz, e prossegue em sua marcha tratando de curar-se das feridas. Mais longe depara com a segunda floresta, onde o esperam as mesmas dificuldades; já tem, porém, um pouco de experiência e rompe o matagal sem ferir-se muito. Noutra, encontra um lenhador, que lhe indica a direção e o impede de perder-se.
Dai por diante, aumenta a sua habilidade, os obstáculos são mais facilmente vencidos e seguro de encontrar na saída o caminho desbravado, alenta-se com esta confiança. Finalmente, já possui e precisa orientação para achá-lo. O caminho termina no cume de alta montanha, de onde ele distingue toda a caminhada que fez, desde o ponto de partida, assim como vê as floretas que atravessou e recorda as vicissitudes por que passou. Essa recordação, porém, não lhe é penosa, visto como já chegou ao fim da viagem; é como o velho soldado que, na calma do lar doméstico, recorda as batalhas a que assistiu.
As florestas esparramadas pelo caminho são para ele pontos negros numa fita branca; diz – “Quando estava ali, principalmente na primeira, como me pareciam longo! Parecia-me que não chegava ao fim; tudo era gigantesco e inextricável em torno de mim. E quando penso que, sem aquele bom lenhador que me ensinou o caminho, ainda andaria hoje por lá! Mas agora, que as contemplo daqui, como me parecem pequenas aquelas florestas, tão pequenas, que me bastariam alguns passos para poder atravessar! E quanto mais as contemplo e lhes reparo nas minúcias, mais falso me parece o juízo que fiz delas”.
Aparece-lhe então um velho, que lhe fala assim: - Filho eis está no termo da viagem; mas o repouso indefinido causar-te-ia brevemente mortal enjôo e far-te-ia ter saudades daquelas vicissitudes por que passastes e que davam atividade ao corpo e à alma. Vês daqui um sem número de viajantes no caminho que percorrestes, os quais, como tu, correm o perigo de perder-se. Tens a experiência, nada mais temes; vai procurá-los e esforçar-te por guiá-los com os teus conselhos, a fim de que cheguem mais cedo.

- Com sumo gostoso, responde o homem, mas qual a razão de não haver um caminho reto do ponto de partida até aqui? Isso pouparia aos viajantes o incômodo de atravessar aquelas abomináveis florestas.

- Filho, torna-lhe o velho, pensa bem e verás que muitas são as pessoas que as evitam; aquelas que, tendo já adquirido a necessária experiência, sabem escolher um caminho mais direto e mais curto; essa experiência, porém, é o fruto do trabalho durante as primeiras travessias de maneira que eles não vêm ter aqui senão por obra de seus méritos.

- Que seria de ti se não houvesse experimentado? A atividade que precisastes desenvolver os recursos de imaginação que te foram precisos para abrires o caminho aumentou-te os conhecimentos e desenvolveram-te a inteligência. Sem isto ainda serias tão insciente como no dia da partida. E, ainda, esforçando-te por vencer os empecilhos, contribuístes para o melhoramento das florestas, que atravessastes. O que fizestes é pouco, é imperceptível; mas pensa nos milhares de viajantes que têm feito outro tanto e que, trabalhando para si, trabalham sem que o saibam, pelo bem comum. Justo é que receberam o salário do trabalho, no descanso que aqui gozam. Que direito haveria a esse descanso se nada tivessem feito?
- Meu pai, responde-lhe o viajante, em uma destas florestas encontrei um homem, que me disse: “Há ali um abismo, que é preciso vencer de um salto; mas entre mil viajantes, só um o transpõe, os outros caem no fundo duma fornalha ardente e ficam perdidos sem remissão”. Eu, porém, não vi tal abismo.
- Não existe o abismo, meu filho; a não ser assim, seria uma cilada abominável armada aos viajantes, que vêm à minha casa. Bem sei que muitas são as dificuldades por vencer; mas sei também que cedo ou tarde as vencerão.
- Se eu tivesse criado impossibilidade para um só homem que fosse, sabendo que ele sucumbiria, teria praticado uma crueldade; quanto mais se as tivesse criado para tantos. Esse abismo é uma alegoria, cuja explicação vou dar-te. Olha para a estrada, no intervalo das florestas; entre aqueles que por ela transitam vês uns que marcham, lentamente com o ar alegre, vês aqueles amigos que se perderam de vista no labirinto, como são felizes de se encontrarem na saída; mas, ao lado dele há outros que se arrastam penosamente; estão estropiados e imploram a piedade dos transeuntes, porque sofrem cruelmente das feridas que, por culpa sua, fizeram através dos espinhais; serão curados e isto lhes servirá de lição para quando tiverem de atravessar nova floresta, da qual sairão menos contundidos.
- O abismo é a figura dos males que sofrem, e dizendo que em mil só um o vence, i homem teve razão, porque infinito é o número dos imprudentes. Claudicou, porém ao informar que uma vez caído, ninguém logra sair daquele báratro. Há sempre uma saída para aqueles que querem vir a mim. Vai, meu filho, vai ensinar a saída aos que estão no fundo do pego; vai alentar aqueles que se estão ferindo no trajeto, vai ensinar o caminho àqueles que estão atravessando a floresta. (2*).
A estrada é a figura da vida espiritual da alma, em cujo percurso o viajante é mais ou menos feliz; as florestas são as existências corpóreas, em que ele trabalha no próprio e no geral progresso; se alcançou o termo da viagem e volta para ajudar aqueles que ficam para trás, que ainda se debatem, é o anjo da guarda, missionário de Deus, em cuja presença encontra felicidade, como a encontra também na atividade, na prática do bem e na obediência ao Supremo Senhor.

(1*) Este princípio da memória espiritual está hoje suficientemente provado pelas pesquisas científicas e pelas práticas terapeutas. A Psicologia Profunda e a Parapsicologia revelaram as profundezas do nosso inconsciente, a memória sublimar de que trata Frederic Myes em sua famosa obra Human Personlity. Hoje, os trabalhos científicos sobre a reencarnação mostraram que essa memória profunda exorbita a existência atual e prova a reencarnação. Veja-se o livro do Prof. Ian Steverson: 20 Casos que Sugerem a Reencarnação (Universidade de Virgínia, EUA) e os trabalhos do Prof. Hamendras Nat Barnejee (Universidade de Jaipur, Índia). Há também as pesquisas do Cel. Albert de Rochas: As Vidas Sucessivas, servindo-se do processo hipnótico de regressão da memória. As pesquisas atuais utilizam-se desse método em conjugação com a análise das lembranças espontâneas de outras vidas em crianças e adultos. Psiquiatras e neurologistas da América, da Europa e da Ásia já reconhecem que os traumas psíquicos não provêm apenas de recalques desta existência. (Veja)-se Karl Wilkland, da Univ. de Chicago; Trinta Anos entre os Mortos; o próprio Stevenson, que é professor de Psiquiatria e Neurologia em Virgínia; o Dr. Cânon, em Londres: Psiquiatria e Reencarnação; o Dr. Inácio Ferreira, de Uberaba, livro com esse mesmo titulo; o Dr. Lauro Neiva, especializado pelo Instituto de Psiquiatria da Columbia University, EUA, ex-assistente do Prof. Henrique Roxo, no Rio de Janeiro: O Psiquiatra e o Invisível. Vemos assim que as lembranças das vidas anteriores não são apagadas da nossa memória, permanecendo vivas em nosso inconsciente e podendo ser trazidas à luz da memória atual. (N. do Ver).

(*2) Esta imagem das florestas sucessivas é um recurso didático de Kardec servindo-se da sua experiência de professor. Assim como o mito do véu no Livro dos Espíritos (item 222) lembra o mito da caverna em A República de Platão, esta imagem das florestas lembra a selva oscura de Dante logo no início da Divina Comédia: Nel mezo del cammin di nostra vita / mi ritrovai per uma selva oscura / Chi la diritta via era esmarrita. Ou seja: Em mio ao caminho da nossa vida / encontrei-me numa selva escura / que perdida ficara a via certa. Note-se o dogma da perdição em perfeita consonância nos dois trechos, mas em Kardec explicado como perdição temporária.
Certamente este trabalho de Kardec havia sido escrito para posterior publicação da Revista ou numa dessas brochuras didáticas de que ele se servia para divulgar os princípios doutrinários entre o povo. Válido hoje e sempre, um trabalho como este deve ser melhor aproveitado em pequenos livros ilustrados. Note-se a feliz representação das religiões tradicionais no homem que, em meio de uma floresta, adverte o caminhante quanto à existência do abismo de perdição eterna. O aviso é oportuno, mas contém um erro que só posteriormente vai ser esclarecido. (N.do Ver.).

José Herculano Pires

JOSÉ HERCULANO PIRES.

Nascido em 25 de setembro de 1914 na antiga província de Avaré, Estado de São Paulo, teve seu desencarne em 09 de março de 1979, foi filho de José pires Correa com D. Bonina Amaral Simoneti Pires, estudo na própria província de Avaré, It aí e Cerqueira César. Revelando-se por sua vocação literária quando começo a escrever; aos 16 anos publicou seu primeiro livro, “Sonhos Azuis”, um livro de contos e aos 18 anos, o segundo livro: “Coração” livro de poemas e sonetos. Foi um grande colaborador nos jornais e revistas das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, sendo um dos fundadores da União Artística do Interior;
Em 1940, mudou-se para Marília, onde adquiriu o jornal Diário Paulista e o dirigiu durante 6 anos, com José Geraldo Vieira, Zoroastro Gouveia, Osório Alves de Castro, Nichemja Sigal, Anathol Rosenfeld e outros, promoveu, através do jornal, movimento literário na cidade e publicou “Estradas e Ruas” – poemas que Érico Veríssimo e Sérgio Millet comentaram favoravelmente;
Em 1946, mudou-se para São Paulo e lançou seu primeiro romance, “O Caminho do Meio”, que mereceu críticas de elogios de Afonso Schimidt, Geraldo Vieira e Wilson Martins. Reporte redator, secretário, cronista parlamentar e crítico literário dos Diários Associados onde manteve, também, por quase 20 anos, a coluna espírita com o pseudônimo de “Irmão Saulo”, Exerceu essas funções, na Rua 7 de Abril, por cerca de 30 anos. Em 1.958, bacharelou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo, e pela mesma Universidade licenciou-se em Filosofia tendo publicado uma tese existencial: O Ser e a Serenidade. Autor de oitenta e um livros de Filosofia, Ensaios, História, Psicologia, Espiritismo e Parapsicologia, sendo a sua maioria inteiramente dedicada ao estudo e à divulgação da Doutrina Espíritas, e vários em parceria com Chico Xavier. Lançou a série de ensaios “Pensamento da Era Cósmica” e a série de romances de Ficção Científica e Paranormal. Foi diretor-fundador da Revista e Educação Espírita publicada pela Edicel.
Em 1954, publicou “Barrabás”, que mereceu o Prêmio de Departamento Municipal de Cultura de São Paulo em 1958, constituindo o primeiro volume da trilogia “Caminhos do Espírito”.
Em 1975, publicou “Lázaro” e, com o romance “Madalena”, editado pela Edicel em maio de 1979, concluiu-a.

Introdução a Filosofia Espírita – Edição – FEESP.

http://www.cel.org.br



Augusto Rezende

Poeta do Amor: Simetria Que Encanta

Friday, April 07, 2006

Link

http://http://www.folhaespirita.com.br/livros.php

Aqui encontrarás os Livros que desejares relativo a Doutrina Espírita.

Alguns poderão ser baixados instantaneamente, basta seguires as informações.
Especialmente os livros básicos:

Evangelho Segundo Espiritismo.
O Livro dos Espíritos.
O Livro dos Médiuns.
A Gênese.
Céu e Inferno.
Augusto Rezende

Aniversário Dr. Adolfo Bezerra de Menezes

http://www.febrasil.or.br
CENTO E SEIS ANOS DE CONSOLAÇÕES.


Em uma revista do REFORMADOR datada e fevereiro de 2000 encontrei o seguinte escrito por A.MERCI SPADA BORGES, aproveitando que no próximo dia 11 de abril deste ano de 2006, o MÉDICO DOS POBRES, após dias de agonia, despede-se das vestes carnais, com isso já se vão 106 anos, e nesta data de 11 de abril de 2006, não poderia deixar de mencionar o que fora escrito quando se forma o aniversário de desencarne deste Espírito de Luz que mesmo já podendo ter galgado outros “Arautos” da Espiritualidade, continua a nos proporcionar tamanha abnegação de proteção, especialmente aos que se encontram em estado de aflições.


DOUTOR ADOLFO BEZERRA DE MENEZES – O MÉDICO DOS POBRES.

Esse Espírito abnegado há cento e seis anos no plano espiritual, prossegue incansável, distribuindo consolo e ajuda às almas aflitas, nos dois planos da Vida. Quando encarnado, fé do amor, da caridade, da abnegação e da renúncia exemplos para todas as gerações.

Em 29 de agosto de 1831 o pequeno rincão cearense, Riacho do Sangue acolhia uma alma de escol. Desde a infância já se preocupava com os estudos e dedicava-se à meditação.

Aos vinte anos, com auxílio de familiares e de amigos, viajava para o Rio de Janeiro onde se matricula na Faculdade de Medicina.
Vontade inquebrantável, honesto e digno, dedicou-se aos estudos, lecionando humanidades para manter-se. Jamais assumiu qualquer compromisso ou freqüentou lugares que contrariassem a moral. O auxilio Espiritual, de que sempre se fez merecedor, nunca lhe faltou, manifestando-se nas horas mais cruciantes. O jovem Bezerra venceu cinco anos de árduas dificuldades.

Com vinte e cinco anos Bezerra se Doutora. Dois anos depois completa o sonho de sua vida. Contrai matrimônio com Maria Cândida de Lacerda. A felicidade o acompanhou por cinco anos. Pela esposa, luta, trabalha, ganha posição, sem nunca deixar de atender aos necessitados. A vida lhe sorri, dois filhinhos enriquecem os seus dias.. Mas quão breves foram esses dias! A dor atinge esse Espírito resignado quando a esposa querida retorna ao plano espiritual.
Era preciso prosseguir. O trabalho era intenso, a miséria alheia batia constantemente à sua porta, ninguém de despedia sem auxílio, sem uma palavra amiga, sem o socorro imediato; carinhosamente foi cognominado O MÉDICO DOS POBRES. Constantemente era visto percorrendo o morro, os casebres levando aos seus habitantes o bálsamo da dor, apaziguando o sofrimento e a fome de muitas famílias.
Mais tarde, casa-se com a irmã de sua falecida esposa, Cândida Augusta de Lacerda, com quem tem mais sete filhinhos. Nove ao todo. Sua vida era dedicada à família, à Medicina e aos desfavorecidos da sorte. Muitas vezes se esquecia de si mesmo para viver Jesus. A maioria das consultas que fazia não era cobrada e, às vezes, tirava do próprio sustento para pagar os medicamentos de seus clientes.
Houve um período de tranqüilidade econômica em sua vida quando exerceu o cargo de Cirurgião-Tenente no Corpo de Saúde do Exército.
Mas ao abraçar a política surgiu um impasse: ou o cargo no Exército ou a Política; e para não decepcionar o seu povo escolheu a Política.
Por vários anos ocupou a presidência da Câmara Municipal da Corte, e, como tal, orientou a administração da cidade, como um Prefeito dos tempos atuais.
Foi também deputado por dez anos, dedicando à vida política cerca de 24 anos.
Parlamentar atuante e digno fez da política, não o trampolim de seus interesses, mas a estrada luminosa de auxílio ao povo, aos mais necessitados e à sua pátria, sempre exercendo a Medicina. Dizia ele: “O médico verdadeiro não tem o direito de acabar a refeição, de escolher à hora, de inquirir se é longe ou perto”.

A dor não escolhe sua vítima e como tal foi caluniado, insultado, injustiçado, mas tudo suportou com paciência, coragem e resignação.
Certa feita um amigo presenteou-o com um livro diferente: “O Livro dos Espíritos”. Leu-o com avidez, ficou intrigado, era a primeira edição traduzida para o português, não conhecia o assunto, todavia, à medida que ia lendo percebia que todo o conteúdo do livro já era de seu conhecimento. Sim, afirmava: “Parece que eu já era espírita de nascença”.

No entanto, sua entrada para a Doutrina Espírita deu-se como acontece com muitos espíritas, pelas portas da dor.

Um de seus filhos, “moço de grande inteligência e coração bem formado”, foi acometido de loucura, segundo os melhores médicos do Rio de Janeiro. Assim sendo, fora aconselhado a interná-lo em um manicômio devido aos riscos que representava em meio à família.

Dr. Bezerra de Menezes narra em seu livro “A Loucura Sob Novo Prisma”:

“Foi ante a contingência de uma separação mais dolorosa do que a própria morte que resolvemos atender a um amigo que há muito nos instava para recorrermos ao Espiritismo.”.

E assim, através de um médium, um Espírito consultado revelou-lhe: Obsessão.

A partir de então, buscando a cura do filho querido, o “médico dos pobres”, que tanto se preocupara com a saúde física de seus doentes, passou a dedicar-se também à cura da alma de seus semelhantes.

“Apóstolo verdadeiro do Cristo deu-se por inteiro à causa do espiritismo colocando a sua vida a serviço do Amor.”.

O século XIX chega a seu termo; novas páginas aguardam registros dos acontecimentos do século nascente.

Mil e Novecentos – Uma multidão de assistidos aguarda em prece a desencarnação daquele que lhe deu tanto amor. 11 de abril, 1900, o Médico dos Pobres, após dias de agonia, despede-se das vestes carnais.
Ao ser acordado no Plano Espiritual por Celina, a mensageira de Maria Santíssima, é visitado por amigos e trabalhadores das lides espíritas, Ouve então murmúrios vindos de fora. Amparado por Celina, é levado até a sacada:

“Vê uma multidão de Espíritos que lhe acenam com lágrimas nos olhos”.

- Quem são Celina? (...) Não conheço a ninguém. Quem são?

- São aqueles a quem você consolou sem nunca perguntar-lhes o nome. São aqueles Espíritos atormentados que chegaram às sessões mediúnicas e as suas palavras caíram sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da Terra, os destroçados do mundo. “São eles que o vêm saudar no Pórtico da Eternidade.”.

(O Reformador – Revista – FEB – fevereiro de 2000).

Prece!

Senhor!

Que este Espírito de Luz,

Que encontra-se nos arautos da Espiritualidade.

Dr. Adolfo Bezerra e Menezes.

Digno de tudo que possa ser em condição de Elevação!

Neste Instante, possa receber de nós aqui que nos encontramos encarnados,

Ainda, neste pesado fardo da matéria.

Os maiores e melhores agradecimentos,

Por tudo que temos recebido durante esses cento e seis anos,

Por este incansável seguidor dos teus Ensinamentos.

E que a luz se faça sempre presente,

Para que também, possamos algum dia,

Merecer chegar aos mesmos degraus,

Que este nosso Irmão já chegou.

Obrigado Senhor!

Obrigado Dr. Adolfo Bezerra de Menezes.
Augusto Rezende.

Wednesday, April 05, 2006

ENCONTROS

Celd - CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS.
Rua Abílo dos Santos, 137 - Bento Ribeiro -RJ
CEP- 21331-290
Tel: (21)2452-1846 / (21)2450-4544
19.º Encontro Espírita sobre a Vida e a Obra de Léon Denis.
Tema: Exaltação da Reencarnação Como Meio d Progresso
data: 14/4/2006
horário: 8:30 às 13 horas.
****
2.º Seminário d Pedagogia Espírita na Educação
Tema: Pedagogia Espírita - Teoria e Prática na Educação.
data: 23/4/2006.
horário:8:00 às 18:00
Local do evento: Riocentro
Obs: Marcar pelo telefone.

Serenidade

SERENIDADE

Seja qual for o conteúdo do sofrimento em teu roteiro d provação, acalma-te e espera...
Não graves o peso da tua dor com o fardo da aflição sem remédio.
Se o desespero te cerca, em onda asfixiantes de inconfomação ou de cólera, exercita a serenidade e faze algo em silêncio que possa amparar as vítimas da revolta; se a ofensa te busca, apedrejando-te o coração, perdoa-lhe as investidas, guardando a serenidade de quem sabe que a ventania tempestuosa não desloca a harmonia do céu; se a calúnia despeja corrosivo destruidor em tua alma, desculpa-lhe os golpes, conservando a serenidade de quem reconhece no crime doentia manifestação da ignorância ainda em trevas e, se as lágrimas te caem, ardentes, dos olhos feridos, à face da angústia que te persegue as esperanças e os sonhos, transforma o teu pranto numa prece de amor; cultivando a serenidade, na convicção de que o sacrifício é o caminho real da luz.
Lembra-te do Cristo, a oferecer-te o seu jugo brando e suave.
Ninguém o viu acrescer a cruz das próprias dores, com o peso morto da rebelião ou da crueldade, do ciúme ou da inveja, do revide ou da queixa...
Da serenidade da Manjedoura, segue amando e perdoando para a serenidade da cruz, sem jamais trair a dignidade da sua confiança no Pai Excelso, a quem pertencem, em verdade, todos os títulos e afeições que nos sustentam a marcha.
Serenidade! Serenidade!...
Será ela em teu passo o selo oculto da humildade vitoriosa que te fará mais nobre à vista do céu, porque então junto dela terás aprendido a esperar por Deus em tua luta de cada dia.
Emmanuel.


(Reunião do dia 05/04/2006 – CELD – Centro Espírita Leon Denis).

Do livro: Semeador em Tempos Novos.
Psicografia: Francisco C. Xavier.
Editora GEEM.

Saturday, April 01, 2006

Yvonne do Amaral Pereira

Yvonne do Amaral Pereira nasceu em 1900 na antiga Vila de Santa Tereza de Valença, hoje Rio das Flores, sul do estado do Rio de Janeiro.

Desencarnou em 1984, no Rio. Aos 29 dias de nascida, depois de um acesso sufocação, foi tida como morta (catalepsia ou morte aparente). Na verdade, o fenômeno foi fruto dos muitos complexos que carregava no espírito, já que, na última existência terrestre, morrera afogada por suicídio.

Durante 6 horas permaneceu nesse estado e, portanto, o velório foi preparado. A mãe se retirou a um aposento, onde fez uma sincera e fervorosa prece a Maria de Nazaré, pedindo para que a situação fosse definida, pois, não acreditava que a filha estivesse morta. Instantes depois, a criança acordava chorando.

O funeral foi cancelado e a vida seguiu seu curso normal.
O lar de Yvonne sempre foi muito pobre o modesto, passou por grande dificuldade inerente ao seu estado social o que, segundo ela, a beneficiou muito, pois bem cedo se alheou das vaidades mundanas e compreendeu as necessidades do próximo.

O exemplo de conduta dos pais teve influência fundamental no futuro comportamento da médium. Era comum, por exemplo, Yvonne trazer para sua casa pessoas necessitadas e mendigos. Aos 4 anos já se comunicava com os espíritos, aos quais considerava pessoas normais encarnadas.

Duas entidades eram particularmente caras: o espírito Charles, que em uma encarnação passada havia sido seu pai, e que se tornou seu orientador durante toda a sua vida e atividade mediúnica; e o espírito Roberto de Canalejas, que foi médico espanhol em meados do século XIX, com quem tinha ligações espirituais de longa data.

Mais tarde, na vida adulta, manteria contatos mediúnicos regulares com outras entidades como o Dr. Bezerra de Menezes, Camilo Castelo Branco, Frederic Chopin e outras.
Aos 8 anos teve o primeiro contato com um livro espírita. Aos 12, o pai deu-lhe de presente "O Evangelho segundo o Espiritismo" e o "Livro dos Espíritos", que a acompanharam pelo resto da vida. Aos 13 anos começou a freqüentar as sessões espíritas, que muito a encantavam, pois via os espíritos comunicantes.

Estudou apenas o curso primário, por motivos econômicos, o que representou uma grande provação para ela, pois amava o estudo e a leitura. Mas, por conta própria, leu obras de grandes autores como Goethe, José de Alencar, Alexandre Herculano, Arthur Conan Doyle e outros.

Foi também uma estudiosa do esperanto e trabalhou arduamente na sua propaganda e difusão, através de correspondência que mantinha com outros esperantistas, tanto no Brasil, quanto no exterior.

Desde cedo teve que trabalhar para o seu próprio sustento, e o fez com a costura, bordado, rendas, flores, etc...

A maior parte das reportagens de além-túmulo, dos romances, crônicas e contos foram coletados por Yvonne Pereira no mundo espiritual através de mediunidade inconsciente.

Os seus canais mediúnicos, porém, foram diversificados. Foi psicografa e receitista (Homeopatia) assistida por entidades de grande elevação, como Bezerra de Menezes.

Praticou a mediunidade de incorporação, foi também passista. Possuía mediunidade de efeitos físicos, chegando a realizar algumas sessões de materialização.
A obra mediúnica de Yvonne Pereira consta de 20 livros
pesquisa de:Augusto Rezende
01/04/2006

Victor Hugo


Victor Hugo

Victor Hugo, grande nome da literatura francesa, nasceu em 1802 e veio a desencarnar em 1885, com 83 anos de idade. Escreveu 22 livros de poesias, até hoje recitadas pelos franceses e ensinadas nas escolas; 08 romances, dentre os quais os memoráveis "Os Miseráveis" e "O Corcunda de Notre-Dame", ambos com incontáveis adaptações para o cinema e o teatro; 14 peças de teatro, sendo que várias delas não param de ser encenadas; mais 15 volumes de prosa em não-ficção, ensaios, diários, artigos políticos, entre outros.
Conhecido por seu devotamento às causas sociais, fosse a seus discursos ou nas obras literárias, levou-o a defender a paz universal, os direitos das crianças e dos homens, a abolição da pena de morte e o progresso social.
A crença em Deus é uma constante em seu pensamento. Para ele, não havia espaço para a fé cega, mas para o exercício do pensamento, da dúvida, da razão: "Deus é o astro de amor brilhando no infinito e visível pelos olhos da alma”.

Victor Hugo foi um dos precursores do Espiritismo na França. Seu contato inicial com fenômenos mediúnicos foi em 1853, antes mesmo de Allan Kardec, quando, durante um exílio em Jersey junto com sua família, pode observar as chamadas "mesas girantes" nas reuniões de Madame Emile de Girardin. Inclusive, no item 144 do livro dos Médiuns o próprio Kardec homenageia esta precursora, chamando tal fenômeno de "mesas Giradin”.
Apesar de Victor Hugo preocupar-se em não deixar se influenciar por tais experiências, a comunicação com os mortos transformou sensivelmente seus valores e, portanto sua obra.

Emannuel Godo, no livro "Victor Hugo et Dieu", afirma que o contato de Victor Hugo com as mesas girantes trouxe-lhe não somente a certeza da existência como da presença tangível dos Espíritos. A partir daquela época, o próprio escritor passou a vivenciar fenômenos dentro de sua casa como ruídos, visões e premonições, como comprovam as anotações pessoais de sua agenda, guardada atualmente na Biblioteca Nacional de Paris. Em 1899 Camille Flammarion afirmou, em "Les Annales Politiques et Litteraires", que Victor Hugo, alguns anos antes de sua morte, havia confessado que jamais deixou de acreditar nas manifestações dos espíritos. Ele mesmo escreveu o seguinte sobre os fenômenos em geral (sonambulismo, visões, mesas girantes, entre outros).

“Se abandonardes os fatos tomai cuidado, os charlatões ai se alojarão, e os imbecis também”. Não há meio termo: ou ciência ou ignorância. Se a ciência não quiser estes fatos, a ignorância os tomará. Se vos recusais a engrandecer Os Miseráveis foi publicado pela primeira vez, na França, em 1862.

Transformou-se logo em sucesso e foi traduzido para diversas línguas. A obra fala de injustiça social e de como, ainda nesse meio, há possibilidade de transformação graças à bondade que sobrevive. É um verdadeiro clássico, pois apesar de ter sido escrito no século XIX, continua a ultrapassar barreiras de tempo e espaço, tocando pessoas do mundo todo.

Os personagens do livro são muitos próximos daqueles com os quais nos deparamos diariamente.
Enfim, Os Miseráveis é um livro que alia a sabedoria no uso da língua à profundidade de um tema. É uma obra na qual são relatados interesses e atitudes mesquinhas, mas também grandes gestos de desprendimento e bondade.



Pesquisa de:Augusto Rezende.
01/04/2006.

Valdelice Salun

Valdelice Salun

A médium Valdelice Salun ficou conhecida pela pintura mediúnica, através da qual nos traz obras inéditas de Van Gogh, Manet, Monet, Matisse e Renoir, entre outros. Ela será, inclusive, uma das convidadas do Medinesp 2003, Congresso de Medicina e Espiritualidade organizado pela Associação Médico-Espírita do Brasil que se realizará entre os dias 18 e 21 de junho no Anhembi em São Paulo.
Se hoje ela desenvolve este belo trabalho com os artistas desencarnados, pintando telas a óleo e desenhos com pastel, ela nos conta que, no entanto, sua origem humilde e o analfabetismo dificultaram que ela entendesse na juventude quem eram tais espíritos.
A percepção da presença dos espíritos sempre foi comum a ela. Na infância ela chegava a brincar com eles, morando no campo. Porem, já mais velha casada e mãe, ela começou a desenvolver uma mediunidade de efeitos físicos que a assustou muito no inicio. Barulhos e ruídos deixavam à médium iniciante temerosa.

No entanto, graças a estes efeitos que ela não soube sozinha controlar, Valdelice acabou por cair nas mãos de Chico Xavier. Desde o inicio reconhecendo nela as possibilidades para o trabalho sério, Chico a incentivou a começar a estudar o Evangelho e freqüentar o centro espírita.

Disse a ela que muitos artistas encontravam-se ao seu redor esperando para realizar um trabalho de divulgação da vida após a morte através da pintura mediúnica.
Quando Valdelice quis saber o que seria a pintura mediúnica, Chico explicou: "É trabalho de evangelização através das cores, tanto para os encarnados quanto para os desencarnados.”.
Durante muito tempo Chico a ajudou a se desenvolver, sempre ressaltando a finalidade nobre daquele trabalho que poderia vir a ajudar muita gente.
Hoje Valdelice tem 63 anos e uma extensa obra, tendo já se apresentado no exterior, em países da Europa. No inicio do ano passado ela se apresentou em São Paulo, como sempre produzindo pinturas e revertendo o lucro para atividades filantrópicas. Continua a evangelizar através das cores, como definiu Chico Xavier.

Mas o que significa, afinal, evangelizar através das cores?Se tudo vem de Deus, a cor vem de Deus.
O talento humano para co-criar obras de arte e juntar as cores em uma tela vem de Deus.
A possibilidade de possuir a visão e enxergar as cores na tela vem de Deus.
A luz que nos permite que as cores na tela sejam vistas vem de Deus.
A honra de nos emocionarmos com a Natureza representada nas telas, vem de Deus.
Seremos evangelizados através das cores se reconhecermos que a alma humana co-cria com o Pai através do desenvolvimento de seu talento, colaborando assim na sua evolução pessoal e ampliando a sua colaboração dentro da Obra Divina. Nossos amigos artistas utilizam-se de médiuns como Valdelice para nos mostrar que a vida continua que o talento que lhes foi concedido por Deus pode os ajudar a crescer muito, reverenciar Criador, emocionar e elevar a alma de todos nós.
Assim, poderemos ser evangelizados pelas cores destas telas feitas por tantos talentos desencarnados, espíritos em franca evolução, cheios de vitalidade e vontade. Agradeçamos ao Pai esta maravilha que é a pintura mediúnica.
pesquisa de:Augusto Rezende.
01/04/2006.

Humberto de Campos - Bibliografia

Humberto de Campos.
Bibliografia.


Humberto de Campos Veras - Escritor brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras, nascido em Mirituba (hoje Humberto de Campos – MA – nasceu no ano de 1886, desencarnou no Rio de Janeiro no ano de 1934, foi Jornalista e Deputado Federal – Produção literária variada quão vultuosa. Conheceu em visa física a 1.ª edição do “Parnaso Além-Tumulo”, manifestando-se a respeito dela pelo “Diário Carioca”, edições 10 e 12 julho 1932, com os artigos intitulados “Poetas do Outro Mundo” e “ Como Cantam os Mortos” (apud “A Psicografia ante os Tribunais”, de Miguel Timponi, pp. 60/64, 4.ª ed. FEB).
Dois anos, a pós libertar-se do corpo físico, passou a valer-se “como espírito”, das faculdades mediúnicas de Francisco Candido Xavier, para transmissão de importantes mensagens; como a que inseriu na 2. ª edição de “Parnaso” publicada em 1935;
Ditou 12 livros, sendo 7 sob pseudônimo de Irmão X, editados pela FEB, vale destacar: “Brasil Pátria do Evangelho”. Já em 9.º edição, o livro confirmador da missão espiritual do Brasil, que é, a de levar as luzes do Evangelho do Cristo a todos os quadrantes do Mundo, visando à Cristianização da Humanidade, sob a orientação do Anjo Ismael, o Legado do Governador Espiritual do Planeta em Terras de Santa Cruz. (Nota da Editora – 9. ª edição – 1972).

pesquisa de: Augusto Rezende.
01/04/2006.

Humberto de Campos

Humberto de Campos

Vamos comentar sobre Humberto de Campos através da análise do crítico literário Elias Barbosa, colaborador do Anuário Espírita por muitos anos. O Anuário é publicado pelo Instituto de Difusão Espírita e visa levar ao leitor um panorama variado e atual sobre as atividades espíritas no país inteiro.
Elias nos conta, no Anuário de 1976, que H. de Campos nasceu em Miritiba, no estado do Maranhão, em 1886. De origem simples e órfão de pai desde cedo, Humberto de Campos trabalhou ainda menino como lavador de garrafas num armazém de secos e molhados. Adolescente, foi para o Amazonas onde atuou como gerente de seringal. Lia muito, tudo o que lhe caia nas mãos. Formou-se assim jornalista aos 22 anos e foi trabalhar no jornal "A Província do Pará". Aos 34 ingressou a Academia Brasileira de Letras e, depois disso, chegou a ser 2 vezes Deputado Federal por seu estado. Poeta de formação parnasiana, cronista, contista, crítico literário, Humberto de Campos veio a desencarnar bastante doente aos 48 anos de idade.
Depois disto, escreveu através da mediunidade de Chico Xavier maravilhosas 12 obras, entre elas "Boa Nova" e "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho".
Elias Barbosa, ao analisar a obra do escritor no Anuário, utiliza uma recomposição de diversos trechos das Obras Completas. Ele separa frases e versos de Humberto de Campos que indicam o entendimento sobre a teoria reencarnacionista. O que talvez poucos saibam é que, em vida, Humberto de Campos já demonstrava certa familiaridade com o tema.
Nós vamos então, ler alguns dos vários trechos que mais nos tocaram: • no livro Lagartas e Libélulas, Humberto de Campos faz uma clara alusão à multiplicidade de existências:

"Não ignoras que Platão era rico, e um pouco sibarita. Mas, mesmo assim, quem te diz que, vindo ao mundo, de novo, com a lembrança da sua existência passada, Platão não preferiria o sorriso transitório das mulheres de Atenas à admiração dos homens de todos os tempos?"
• no mesmo livro, no capitulo intitulado "A morte de Edison", ele comenta a comunicação com desencarnados neste trecho: "Tem eles olhos fechados, e sonha. Sonha ou delira. O ideal dos últimos anos da sua vida fora, conforme confessava sempre, inventar um aparelho para conversar com os mortos."...

"Passam-se alguns anos. Marconi, envelhecendo, retoma o sonho de Edison, tentando comunicar-se com os mortos pelos milagres da Física."
• No livro "Sombras que Sofrem", ele parece prenunciar que será o autor de "Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", que viria a sair em 1938, 4 anos após sua morte: "O cérebro - disse um escritor católico - perdeu o mundo no séc. XIX; o coração salvá-lo-a no séc. XX. E como o Brasil tem corações como esses que uma denuncia a policia revelou, caber-lhe-á, forçosamente, um grande e formoso papel na redenção do mundo que se prepara nos misteriosos laboratórios do século.”.
Dentre muitas outras falas retiradas dos livros de Humberto de Campos, Elias faz um minucioso trabalho de ler as mais de 15.800 paginas escritas pelo punho de Humberto de Campos, fazendo a correlação exata com as obras e conceitos da Doutrina Espírita.

Encontra alusões à vida noutros planetas, hierarquias diferentes entre espíritos, premonição sobre sua própria morte, lei de ação e reação, contato com espíritas, entre outros surpreendentes achados.
No prefácio de uma de suas obras escritas através de Chico Xavier, Humberto de Campos nos diz: "Meu problema atual não é o de escrever para agradar, mas o de escrever com proveito. Sei quão singelo é o esforço presente; entretanto, desejo que ele reflita o meu testemunho de admiração por todos os que trabalham pelo Evangelho no Brasil".
pesquisa de: Augusto Rezende.
01/04/2006

Eurípedes Barsanulfo

Eurípedes Barsanulfo

Eurípedes Barsanulfo, um dos mais respeitados nomes do Espiritismo no Brasil, nasceu em 1º de maio de 1880, em Sacramento (MG). Marcamos neste mês, portanto, 124 anos de seu nascimento. Ele foi professor de grande conhecimento, político e espírita convicto, atuando bravamente a favor da divulgação da Doutrina.
Ainda jovem Eurípedes já se destacava por ser muito estudioso e compenetrado. Foi, por esse motivo, convidado por seu professor para dar aulas aos próprios colegas. Tornou-se secretário da Irmandade de São Vicente de Paula, pela facilidade com que se colocava como líder e comunicador, tendo participado ativamente da fundação do jornal Gazeta de Sacramento e do Liceu Sacramentano.
Foi através de um tio que Eurípedes tomou conhecimento dos fenômenos espíritas e das obras de Kardec. Estudando e pesquisando as informações novas, acabou por converter-se totalmente ao Espiritismo. Como continuava a lecionar, decidiu incluir aulas sobre a Doutrina na sua disciplina. O resultado veio de imediato: a reação entre pais de alunos e muitas pessoas da cidade foi de preconceito e intolerância. E, diante de sua relutância em continuar a propagar o Kardecismo, os alunos foram sendo retirados um a um.
Sob pressão, Eurípedes mudou-se para uma cidade vizinha. Justamente nessa época desabrochou nele várias faculdades mediúnicas, em especial a de cura, despertando-o para a vida missionária. De volta ao trabalho em Sacramento, começou a atrair centenas de pessoas da região. A todos Eurípedes atendia com paciência e bondade, através dos benfeitores espirituais. Jamais esmorecia e, humildemente, seguia seu caminho de médium curador, animado do mais vivo idealismo. Em 1905 Eurípedes fundou o Grupo Espírita Esperança e Caridade, apoiado pelos irmãos e alguns amigos, passando a desenvolver tanto trabalhos no campo doutrinário, como na assistência social. Em 1º de abril de 1907 fundou o lendário Colégio Allan Kardec, que se tornou verdadeiro marco e ficou conhecido em todo o Brasil. Funcionou ininterruptamente desde a sua inauguração, com a média de 100 a 200 alunos, até o dia em que foi obrigado a fechar devido à epidemia de gripe espanhola.
Conta-se que, certa vez, Eurípedes protagonizou uma cena inesquecível diante de seus alunos: caiu em transe em meio à aula e, voltando a si, descreveu a reunião havida em Versailles, França, logo após a Primeira Guerra Mundial, dando os nomes dos participantes e a hora exata da reunião quando foi assinado o célebre Tratado.
Sua presença fortaleceu de tal forma o movimento espírita que o clero católico, sentindo-se atingido, passou a desenvolver uma campanha difamatória contra ele. A situação chegou a um ponto que, desesperados, mandaram vir de Campinas (SP) o reverendo Feliciano Yague, famoso por suas pregações, para que houvesse uma discussão em praça pública entre os dois. Eurípedes aceitou, sem perder a confiança e a fé.
No dia marcado, o padre iniciou suas observações diante da platéia de curiosos, insultando o Espiritismo como sendo "a doutrina do demônio", e demonstrando intolerância e sectarismo. Eurípedes aguardou serenamente sua vez. Iniciou sua parte com uma prece, pedindo paz e tranqüilidade, e, em seguida, defendeu os princípios nos quais acreditava com racionalidade, lógica e calma. Ao terminar, Eurípedes aproximou-se do padre e abraçou-o, com sinceridade e sentimento, surpreendendo a todos.

A platéia ficou perplexa e o momento entrou para a história. Eurípedes seguiu com dedicação até o último instante de sua vida, auxiliando centenas de famílias pobres. Desencarnou em 1º de novembro de 1918, com apenas 38 anos, rodeado de parentes, amigos e discípulos. Deixou vastos exemplos de persistência, fé e serviço ao próximo, que para sempre irão nos inspirar. Sacramento em peso acompanhou seu enterro. Terminamos nossa singela homenagem a Eurípedes Barsanulfo transcrevendo um trecho da nota publicada pelo jornal sacramentano.

O Bora, alguns dias após seu desencarne: "A vida de Eurípedes Barsanulfo é um fato um tanto raro na história da humanidade. Compenetrado dos elevados sentimentos de caridade e amor ao próximo, só procurou fazer o bem pelo bem, auxiliando sempre os mais necessitados... Esse vulto eminente, essa alma toda cheia de bondade, não teve ódio nem rancor de ninguém... A humildade foi um dos traços predominantes de seu caráter reto, sempre adverso aos gozos efêmeros da vida terrena".
pesquisa de: Augusto Rezende.
01/04/2006.

Corina Novelino

Corina Novelino

Nascida na cidade de Delfinópolis, estado de Minas Gerais, em 1912, e desencarnada em Sacramento, naquele mesmo Estado, em 1980. Ainda jovem ficou órfã de pai e mãe, passando a residir em Sacramento com um casal que lhe dispensou todo o amor e carinho.
Desde muito jovem revelou- se uma mulher caridosa e generosa, com grande desprendimento, disposta a dar tudo de si em favor dos seus semelhantes.Com apenas vinte anos de idade, foi convidada pela senhora Maria Modesto Cravo, para ajudá-la a administrar um Lar de Crianças, na cidade mineira de Uberaba. Indecisa sobre o convite procurou orientação do médium Francisco Cândido Xavier, então residente em Pedro Leopoldo. Recebeu das mãos do médium uma mensagem assinada pelo Espírito de Eurípedes Barsanulfo, na qual, entre outras coisas, ele dizia: "Corina, você é minha última esperança em Sacramento".
Diante do imperativo da mensagem, aceitou o convite e fundou o Clube das Mãezinhas, onde mulheres caridosas se dispunham a fazer roupas para crianças necessitadas, as quais eram distribuídas semanalmente.No inicio de 1950, planejou fundar um Lar para crianças abandonadas. Porém, sem recursos suficientes, organizou uma imensa rifa em Sacramento, adquiriu uma casa e ali inaugurou o "Lar de Eurípedes".
Aplicava o seu ordenado na manutenção desta obra. Entretanto, o número de crianças aumentava e os recursos tomavam- se assim cada vez mais escassos. Animada de decisão firme, e contando com a ajuda do Alto, decidiu- se a edificar um novo "Lar de Eurípedes". O povo de Sacramento e de regiões vizinhas cooperou no empreendimento e, dentro em pouco, surgia o novo prédio, onde foram amparadas mais de 100 crianças e onde ela passou a ser a "mãe Corina". Devido à insuficiência de recursos para a sua manutenção, pois o estabelecimento era mantido quase completamente com o salário de Corina, houve apelos e o Lar foi reconhecido como órgão de utilidade pública, passando então de internato para semi- internato. Ali as crianças passam o dia, recebendo alimentação, vestuário e educação intelectual e religiosa.Corina foi também escritora de livros como "Escuta, meu filho", cuja renda foi revertida inteiramente à manutenção do Lar, e "Eurípedes, o homem e a missão", dando início aos atos comemorativos do centenário de nascimento daquele grande nome do Espiritismo. Colaborou em todos os jornais da cidade, como a "Tribuna", "Estado do Triângulo" e "Jornal de Sacramento". Prestou colaboração em outros orgãos de divulgação do Espiritismo, como no "Anuário Espírita", e em uma revista editada em Portugal.
A sua desencarnação representou grande perda para Sacramento, tanto quanto para aqueles que conviviam mais diretamente com ela.Foram as seguintes as palavras do Presidente da Câmara Municipal de Sacramento, por ocasião do sepultamento: "Que o pavilhão de Sacramento cubra o seu ataúde numa demonstração de homenagem maior que o Poder Público presta aos seus grandes filhos. Aqui a gratidão de todo um povo que reconheceu no seu labor humilde e silencioso a "Mãe Corina" de todos. Com o auxílio de suas mãos não foram poucas as vezes que testemunhamos o seu amor, no próprio esquecimento de si mesma, chamando para si a responsabilidade dessa enorme tarefa de promoção do próximo. Foi a Mãe Corina dos pobres, dos sofredores, dos órfãos, dos loucos, dos necessitados, dos abandonados, dos miseráveis... Mãe Corina de todos nós, nosso eterno e imorredouro Muito Obrigado".


pesquisado por: Augusto Rezende.
01/04/2006

Instituição - Casa de Andre Luiz

Casas André Luiz

Exemplo a ser seguido

A história das Casas André Luiz é antiga. Começou no andar superior da casa de João Castardelli, espírito que esteve encarnado entre 1920 e 1943 e que algum tempo após seu desencarne passou a transmitir orientações espirituais aos seus familiares.
O pai de João, José Castardelli, seguiu as orientações do filho desencarnado e, em 1949, terminou a construção de uma casa maior no bairro paulistano de Santana, onde, além das reuniões espíritas, passaram a atender, em 1953, pessoas carentes no recém-formado Departamento de Assistência Social.
Com o passar dos anos, o espírito João Castardelli informou o novo rumo da missão que tinham de realizar: construir um abrigo para crianças órfãs e abandonadas – que inicialmente foi chamado de Casa da Criança André Luiz e depois, oficialmente, de Casa André Luiz nº 1 –, que foi inaugurado em 1958, em Guarulhos (SP).
A idéia era abrigar crianças carentes, mas, logo verificou-se um problema maior: menores abandonados e portadores de deficiência mental, que, sem terem para onde ir, eram encaminhados ao Juqueri, hospital de tratamento de doentes mentais.

E assim foi feito. No começo, foram abrigadas 15 crianças, número que logo evoluiu para a capacidade máxima da instituição – 212 crianças – através de um convênio firmado com o Governo do Estado de São Paulo.
Desde então, o trabalho nas Casas André Luiz só cresceu. Em 1959 foi adquirido um novo terreno, que, após várias obras, comporta atualmente quatro unidades de abrigo/moradia para as crianças, um auditório com capacidade para 270 pessoas, prédio da administração, creche Carmem Camacho Vieira, para os filhos dos funcionários, e uma unidade de longa permanência (Casa II), que abriga atualmente 670 deficientes mentais. Esta possui quatro pavilhões, divididos em recepção, dormitórios, banheiros, copas, salas de terapia, de raio X, enfermaria, enfermaria semi-intensiva, salão para Educação Física, Departamento de Atividades Interdisciplinares, Departamento de Ensino e Pesquisa, Serviço de Arquivamento Médico e Estatística, biblioteca, atendimento médico-odontológico, serviço social, farmácia e ambulatório médico.
Segundo Clélia Pires Borin, diretora-secretária das Casas André Luiz, a entidade trabalha há mais de 50 anos num tipo de atendimento que exige muita sensibilidade e experiência.

“É assim, instrumentado, que hoje alcançou um nível diferenciado e consegue criar técnicas e abordagens inovadoras. Acreditamos que essa experiência tem de ser multiplicada para todos os que estão envolvidos com o mesmo tipo de trabalho e que as Casas André Luiz têm a vocação para fazer isso”, afirma.
EQUIPEAs Casas André Luiz têm uma grande equipe de profissionais contratados, que atendem as 1,4 mil pessoas portadoras de necessidades especiais em regime de internação e em tratamentos ambulatoriais.

São médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, dentistas e assistentes sociais, sempre pensando no bem-estar dos internos.

Todos os profissionais trabalham em atividades interdisciplinares nas áreas de Educação Física, Fisioterapia Neuromotora, Fisioterapia Cardiorrespiratória, Fonoaudiologia, Pedagogia, Serviço Social da Pessoa Portadora de Deficiência, Terapia Ocupacional, Serviço de Nutrição e Dietética, Odontologia, Acupuntura e Atendimento Social.
Além desses profissionais, a instituição conta com o trabalho de voluntários, que atuam em vários programas, entre eles: Aprender a Brincar – atuação do voluntário com os pacientes para brincar, entreter, divertir e estimular; Amigo Terapêutico – passeios externos em busca da socialização da criança; Plantão – voluntários que representam a instituição nos fins de semana e feriados;

CAVO – Clube do Artesanato Voluntário – grupos de pessoas que ensinam a outros voluntários técnicas artesanais para produção de produtos a serem comercializados nos bazares; Eventos – organização de eventos internos, como Festa Junina e Semana da Criança; Aprendizes da Alegria – programa de atividades lúdicas e recreativas com atendimentos de Fonoaudiologia, Psicologia e Fisioterapia; e Leitura da Vida – leitura em grupo na abordagem da Doutrina Espírita.
“Quando pensamos na importância das Casas André Luiz nos dias de hoje, pensamos na missão de promover e propiciar que ainda mais pessoas diferentes, mas com direitos iguais a todos, possam ser assistidas, conclui Clélia.
As pessoas que tiverem interesse em ser voluntárias das Casas André Luiz podem acessar o site www.andreluiz.org.br e se inscrever no link voluntários.
Pesquisa de: Augusto Rezende.
01/04/2006.

Camille Flamarion

Camille Flamarion

Camille Flamarion, um espírita de grande cultura e erudição, viveu entre os séc. XIX e XX na França, tendo sido grande amigo de Allan kardec. Ele foi um homem brilhante, interessado nas mais variadas ciências, estudioso desde pequeno e que soube como poucos aproveitar o tempo de forma produtiva.
Camille Flammarion nasceu em 1842 na França. Foi o mais velho de uma família de quatro filhos, e passou uma infância dura e com poucos recursos. Entretanto, desde muito jovem revelou qualidades excepcionais. Queixava-se constantemente que não conseguia fazer um décimo daquilo que planejava.

Aos quatro anos de idade já sabia ler, aos quatro e meio sabia escrever e aos cinco já conhecia princípios de gramática e aritmética.
Para que ele seguisse a carreira eclesiástica, puseram-no a aprender latim com um vigário. Aí Flammarion conheceu o Novo Testamento e a Oratória.

O padre falava da beleza da ciência, da Astronomia e o jovem Flammarion lhe bebia as palavras.
Mais tarde, Camille foi trabalhar como aprendiz de gravador. Assim, ele pretendia pagar seus estudos na matemática, na língua inglesa e no latim. Queria obter o bacharelado e por isso estudava sozinho à noite. Como sempre foi humilde e nem sempre tinha como comprar velas, estudava ao clarão da lua, após 15 a 16 h diárias de trabalho.
Ingressou na Escola de Desenho dos frades da Igreja de São Roque, e, tendo os domingos livres, naturalmente tratou de ocupá-los.

Passou a assistir nesses dias às conferências feitas pelo abade sobre Astronomia. Com o tempo, juntou forças com seus colegas para difundir seus estudos de ciências, literatura e desenho, o que era um programa um tanto ambicioso.
Aos 16 anos de idade, Camille escreveu "Cosmogonia Universal", um livro de quinhentas páginas. Antes já havia escrito uma outra obra menor, "O Mundo antes da Aparição dos Homens".

Assim era a vida de Camille Flamarion: estudar muito, trabalhar em exagero e nunca se sentir no direito de descansar.
Um belo domingo, ele desmaiou durante uma missa, o que lhe foi muito providencial. O médico, a visitá-lo, viu sobre sua cabeceira os manuscritos do seu livro sobre Cosmogonia e, impressionado, colocou-o no Observatório de Paris como aluno de Astronomia, entretanto, lá o jovem Camille sofreu com as perseguições do diretor, que não agüentava um rapaz tão novo acompanhá-lo em estudos tão profundos.
Camille saiu do Observatório aos 20 anos, continuou com mais liberdade os seus estudos, sempre apaixonado por entender o Universo. Publicou no mesmo ano a obra "Pluralidade dos Mundos Habitados", atraindo a atenção da comunidade de estudiosos.
Para conhecer a direção das correntes aéreas, realizou, aos 26 anos, alguns voos aerostáticas. Dois anos depois, ele publicou um tratado sobre a rotação dos corpos celestes e a gravidade.

Pela publicação de outra obra, "Astronomia Popular", foi premiado pela Academia Francesa, aos 38 anos.
Espírita convicto, amigo pessoal e dedicado de Allan Kardec, foi ele o escolhido para fazer a prece durante o enterro do Codificador do Espiritismo, na ocasião em que este desencarnou.
As obras deixadas por Camille, de uma forma geral, falam sobre o postulado espírita da pluralidade dos mundos habitados: "Os Mundos Imaginários e os Mundos Reais", "As Maravilhas Celestes", "Deus na Natureza", "Contemplações Científicas", "Narrações do Infinito", "Sonhos Estelares", "A Morte e seus Mistérios" entre muitas outras.

Impressionante a energia deste homem, que desencarnou após uma vida de intensa produção aos 83 anos de idade, também na França.
pesquisado por: Augusto Rezende.
01/04/2006

Caíbar Schutel

Caírbar Schutel

No dia 22 de setembro de 1868, filho do casal Anthero de Souza Schutel e Rita Tavares Schutel, nasceu Caírbar de Souza Schutel, no Rio de Janeiro, então sede da Corte Imperial do Brasil, onde praticou em diversas farmácias e aos 17 anos de idade foi para o Estado de São Paulo, trabalhando como farmacêutico em Piracicaba, Araraquara e depois em Matão, cidade em que viveu durante 42 anos.
Possuidor de brilhante cultura, de grande prestígio social e sobretudo de notória autoridade moral, acabou sendo escolhido para o honroso e histórico cargo de primeiro Prefeito da cidade de Matão, cargo que ocupou por duas vezes, a primeira de 28 de março a 07 de outubro de 1899, voltando a exercê-lo de 18 de agosto a 15 de outubro de 1900, conforme consta das atas e dos registros históricos da municipalidade matonense.
Nascido em família católica, batizado aos 7 anos de idade, Caírbar Schutel cumpria suas obrigações perante a Igreja de Roma. Entretanto, já adulto e vivendo em Matão, passou a receber, em sonhos, a visita constante de seus falecidos pais, porque ele ficara órfão de ambos com menos de 10 anos de idade. Insatisfeito com as explicações de um padre para o fenômeno, Schutel procurou Quintiliano José Alves e Calixto Prado, que realizavam reuniões de práticas espíritas domésticas, logrando então entender a realidade do mundo extrafísico.
Convertido ao Espiritismo, cuidou logo de legalizar o Grupo (hoje Centro) Espírita Amantes da Pobreza, cuja ata de instalação foi lavrada no dia 15 de julho de 1905. Resolvido a difundir a Doutrina Espírita pelos quatro cantos do mundo - e mesmo vivendo em uma pequena e modesta cidade no interior do Brasil -, o "Bandeirante do Espiritismo", como ficou conhecido Caírbar Schutel, fundou o jornal "O Clarim" no dia 15 de agosto de 1905, e a RIE - Revista Internacional de Espiritismo no dia 15 de fevereiro de 1925, ambos circulando até hoje.
Além disso, o incansável arauto da Boa Nova, com todas as dificuldades da época e da região, viajava semanalmente até a cidade de Araraquara para proferir, aos domingos, as suas famosas 15 "Conferências Radiofônicas", pela Rádio Cultura de Araraquara (PRD - 4), no período de 19 de agosto de 1936 a 02 de maio de 1937.
Escritor fértil, entre 1911 e 1937 escreveu os livros O batismo, Cartas a esmo, Conferências radiofônicas, Histeria e fenômenos psíquicos, O diabo e a igreja, Espiritismo e protestantismo.

O espírito do cristianismo, Os fatos espíritas e as forças X..., Gênese da alma, Interpretação sintética do apocalipse, Médiuns e mediunidades, Espiritismo e materialismo, Parábolas e ensinos de Jesus, Preces espíritas, Vida e atos dos apóstolos, A questão religiosa, Liberdade e progresso, Pureza doutrinária, A vida no outro mundo e Espiritismo para crianças.
Para publicá-los, Schutel não mediu esforços: adquiriu máquinas, papel, tinta, cola e outros insumos para impressão, procurando escolher sempre material de primeira categoria.

Desse esforço surgiu a Casa Editora O Clarim, que hoje emprega inúmeros funcionários em Matão, tendo publicado mais de cem títulos de obras de renomados autores, encarnados e desencarnados.
Consciente de sua responsabilidade como cidadão, cuidou de regularizar a sua união com Dª. Maria Elvira da Silva e Lima, com ela se casando no dia 31 de agosto de 1905; o casal Schutel não teve filhos carnais, porém sua dedicação aos semelhantes ficou indelevelmente marcada na história de Matão, uma vez que ambos jamais deixaram de atender aqueles que os procuravam.
Depois de curta enfermidade, Caírbar Schutel faleceu em Matão, no dia 30 de janeiro de 1938. Durante e após suas exéquias, inúmeras pessoas de Matão, das cercanias, do Estado de São Paulo e de diversas regiões do Brasil prestaram-lhe comovente tributo de gratidão e reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, tendo certamente cumprido a sua missão. Aliás, o prestigioso jornal 'A Comarca', de Matão, em sua edição de 6 de fevereiro de 1938, consignou o seguinte: "É absolutamente impossível em Matão falar-se quer da nossa história passada, quer da nossa história hodierna sem mencionar Caírbar Schutel.

Caírbar Schutel foi, para Matão, um dínamo propulsor do seu progresso, um arauto dedicado e eloqüente das suas aspirações de cidade nascente. Mais do que isso foi o homem que, como farmacêutico, acorria com o seu saber e com a sua caridade à cabeceira dos doentes, naqueles tempos em que o médico era ainda nos sertões que beiravam o 'Rumo', uma autêntica 'avis rara'."Militando na política por algum tempo, a sua atuação pode ser traduzida no curto parágrafo que abaixo transcrevemos, fragmento de um discurso pronunciado em 1923, na Câmara Estadual, pelo Deputado Dr. Hilário Freire, quando aquele ilustre parlamentar apresentou o projeto da criação da Comarca de Matão.

Ei-lo: 'Em 1898, o operoso, humanitário e patriótico cidadão Sr. Caírbar de Souza Schutel, empregando todo o largo prestígio político de que gozava, e comprando com os seus próprios recursos o prédio para instalação da Câmara, conseguiu, por intermédio de um projeto apresentado e defendido pelo Dr. Francisco de Toledo Malta, de saudosa memória, a criação do município de Matão'.Dizem algumas comunicações mediúnicas que o Espírito Caírbar Schutel está, no mundo espiritual, encarregado pela divulgação do Espiritismo na Terra; sendo confirmada tal informação, essa nobre tarefa está muito dirigida, porque o movimento espírita deve muito ao querido "Bandeirante do Espiritismo", assim como à sua digníssima esposa Dª. Maria Elvira da Silva Schutel, pois, como diz a sabedoria popular, ao lado de um grande homem há sempre uma grande mulher
!
pesquisa de: AUgusto Rezende
01/04/2006.

Arthur Conan Doyle

Arthur Conan Doyle

Escritor conhecido mundialmente, mas que poucos sabem ter sido ele um fervoroso espírita, Sir Arthur Conan Doyle foi o criador de um dos mais famosos personagens policiais de todos os tempos, o detetive Sherlock Holmes. Nasceu em Edinburgo na Escócia em 1859, numa família extremamente católica.
Durante a juventude, interessado em tornar-se médico, começou a ler Darwin e outros cientistas. Somando-se essas leituras ao desencanto com a religião, ele acabou tornando-se agnóstico.
Aos 28 anos, no entanto, ele acabou interessando-se por experiências de Transmissão de Pensamento. Algum tempo depois, ele chegou a afirmar que conseguiria transmitir seus pensamentos sem o uso de palavras. Após convencer-se da eficiência da transmissão de pensamentos entre vivos, ele então passou a se interessar por transmissões vindas do além. Estávamos no final do séc.19, e fenômenos mediúnicos eclodiam em reuniões pela Europa. A obra basilar do Espiritismo, "O Livro dos Espíritos" havia sido publicada desde 1857.

As mesas girantes eram eventos muito conhecidos na época, e Doyle, obviamente, passou a freqüentar tais reuniões. Com o tempo, Doyle passou a desenvolver crenças espiritualistas com grande convicção, e inclusive escreveu uma série de livros sobre o assunto, como:

A Nova Revelação, a Mensagem Vital, A Historia do Espiritismo, O Caso das Fotografias de Espíritos (este inclusive, relatando experiências que o próprio Doyle se envolveu, fotografando e revelando imagens de desencarnados), entre outros.
Após 20 anos de convívio com a doutrina, ele veio a publico para declara-se convicto da vida pos-morte. Mesmo sabendo que esta atitude poderia trazer prejuízo para sua carreira de escritor, ele pouco se importou. Muitos estranharam que o criador do famoso detetive Sherlock Holmes, um personagem tão meticuloso e racional, e sendo ele próprio extremamente racional, estivesse se deixando levar por crenças místicas.
Estoura a Primeira Guerra Mundial. Nesta época, Doyle perde seu filho mais novo de pneumonia e sua fé na vida pós-morte torna-se para ele algo essencial. Cerca de 1 ano após, ele participava de uma sessão espírita quando foi surpreendido por uma comunicação do filho. Pouco tempo depois, Doyle viu com os próprios olhos sua mãe e seu sobrinho desencarnados, segundo palavras dele "tão reais como sempre os via em vida".
Doyle viajou dando palestras sobre sua fé e provavelmente atraiu publico com seu nome famoso. Mostrava slides com a imagens de espíritos fotografados por ele.
Disse ele 1 vez que acreditar na vida pós-morte e na comunicação com pessoas desencarnadas era absolutamente natural e até mesmo confortador.
pesquisado por: Augusto Rezende.
01/04/2006.