Doutrina Espirita

Aqui quem quiser encontrará situações sobre a Doutrina Espírita,baseada em Doutrina - Filosofia e Religião; além de estudo, conceitos de grandes vultos que passaram pela vida material, que abraçaram a Doutina Espírita e por psicografia trazem alento para o nosso dia-a-dia, nos mostrando que a vida material não é única, mas a Vida Espiritual de onde vimos e para onde vamos é a principal.

Friday, March 31, 2006

Minha Prece


Mestre

Se de joelhos estás venerando
O Pai Celestial,
Tu, Senhor que és o Primogênito,
Escolhido entre tantos
Para que pudéssemos seguir-te,
Porque Senhor, eu tão pequeno,
Não consigo assim fazer?
Ao me dirigir a Ti?
Meu orgulho e vaidade,
A cada dia me consome,
Mas, reconheço Mestre,
Que pouco eu aprendi,
Por tudo que me ensinastes,
Mas, mesmo assim Senhor,
Mestre dos Mestres,
Dê-me outra oportunidade,
A fim de que eu possa,
A cada dia burilar,
Este orgulho esta vaidade,
E poder Mestre,
Seguir Teus passos,
Para que um dia,
Eu, também possa,
Receber mais e mais,
A Tua Luz!

Obrigado Senhor.

Augusto Rezende
31/03/2006

Thursday, March 30, 2006

Allan Kardec


Allan Kardec

Hyppolyte Leon Denizard Rivail (Allan Kardec), nasceu em 3 de outubro de 1804, em Lion, França. Ele era filho de um juiz, Jean Baptiste-Antoine Rivail, e sua mãe chamava-se Jeanne Louise Duhamel.
O professor Rivail fez em Lion os seus primeiros estudos e completou em seguida a sua bagagem escolar, em Yverdun (Suíça), com o célebre professor Pestalozzi, de quem cedo se tornou um dos mais eminentes discípulos, colaborador inteligente e dedicado. Aplicou-se, de todo o coração, à propaganda do sistema de educação que exerceu tão grande influência sobre a reforma dos estudos na França e na Alemanha. Muitíssimas vezes, quando Pestalozzi era chamado pelos governos, para fundar institutos semelhantes ao de Yverdun, confiava a Denizard Rivail o encargo de o substituir na direção da sua escola. Lingüista insigne, conhecia a fundo e falava corretamente o alemão, o inglês, o italiano e o espanhol; conhecia também o holandês, e podia facilmente exprimir-se nesta língua. Membro de várias sociedades sábias, notadamente da Academia Real de Arras, foi autor de numerosas obras de educação, dentre as quais podemos citar:
- Plano Proposto para o Melhoramento da Instrução Pública (1828);
- Curso Teórico e Prático de Aritmética, segundo o método Pestalozzi, para uso dos professores e mães de família (1829);
- Gramática Francesa Clássica (1831);
- Manual para Exames de Capacidade; Soluções Racionais de Questões e problemas de Aritmética e Geometria (1846);
- Catecismo Gramatical da Língua Francesa (1848);
- Programas de cursos Ordinários de Física, Química, Astronomia e Fisiologia, que professava no Liceu Polimático; Ditados normais dos exames da Prefeitura e da Sorbone, acompanhados de Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas (1849).
Além das obras didáticas, Rivail também fazia contabilidade de casas comerciais, passando então a ter uma vida tranqüila em termos monetários. Seu nome era conhecido e respeitado e muitas de suas obras foram adotadas pela Universidade de França. No mundo literário, conhece a culta professora Amélia Gabrielle Boudet, com quem contrai matrimônio, no dia 6 de fevereiro de 1832.
Em 1854, através de um amigo chamado Fortier, o professor Denizard ouve falar pela primeira vez sobre os fenômenos das mesas girantes, em moda nos salões europeus, desde a explosão dos fenômenos espíritas em 1848, na cidadezinha de Hydesville nos Estados Unidos, com as irmãs Fox. No ano seguinte, se interessou mais pelo assunto, pois soube tratar-se de intervenção dos Espíritos, informação dada pelo sr. Carlotti, seu amigo há 25 anos. Depois de algum tempo, em maio de 1855, ele foi convidado para participar de uma dessas reuniões, pelo Sr. Pâtier, um homem muito sério e instruído. O professor era um grande estudioso do magnetismo e aceitou participar, pensando tratar-se de fenômenos ligados ao assunto. Após algumas sessões, começou a questionar para descobrir uma resposta lógica que pudesse explicar o fato de objetos inertes emitirem mensagens inteligentes. Admirava-se com as manifestações, pois parecia-lhe que por detrás delas havia uma causa inteligente responsável pelos movimentos. Resolveu investigar, pois desconfiou que atrás daqueles fenômenos estava como que a revelação de uma nova lei.
As "forças invisíveis" que se manifestavam nas sessões de mesas falantes diziam que eram as almas de homens que já haviam vivido na Terra. O Codificador intrigava-se mais e mais. Num desses trabalhos, uma mensagem foi destinada especificamente a ele. Um Espírito chamado Verdade disse-lhe que tinha uma importante missão a desenvolver. Daria vida a uma nova doutrina filosófica, científica e religiosa. Kardec afirmou que não se achava um homem digno de uma tarefa de tal envergadura, mas que sendo o escolhido, tudo faria para desempenhar com sucesso as obrigações de que fora incumbido.
Allan Kardec iniciou sua observação e estudo dos fenômenos espíritas, com o entusiasmo próprio das criaturas amadurecidas e racionais, mas sua primeira atitude é a de ceticismo: "Eu crerei quando vir, e quando conseguirem provar-me que uma mesa dispõe de cérebro e nervos, e que pode se tornar sonâmbula; até que isso se dê, dêem-me a permissão de não enxergar nisso mais que um conto para provocar o sono".
Depois da estranheza e da descrença inicial, Rivail começa a cogitar seriamente na validade de tais fenômenos e continua em seus estudos e observações, mais e mais convencido da seriedade do que estava presenciando. Eis o que ele nos relata: "De repente encontrava-me no meio de um fato esdrúxulo, contrário, à primeira vista, às leis da natureza, ocorrendo em presença de pessoas honradas e dignas de fé. Mas a idéia de uma mesa falante ainda não cabia em minha mente".
O desenvolvimento da Codificação Espírita basicamente teve início na residência da família Baudin, no ano de 1855. Na casa havia duas moças que eram médiuns. Tratava-se de Julie e Caroline Baudin, de 14 e 16 anos, respectivamente. Através da "cesta-pião", um mecanismo parecido com as mesas girantes, Kardec fazia perguntas aos Espíritos desencarnados, que as respondiam por meio da escrita mediúnica. À medida que as perguntas do professor iam sendo respondidas, ele percebia que ali se desenhava o corpo de uma doutrina e se preparou para publicar o que mais tarde se transformou na primeira obra da Codificação Espírita.
A forma pela qual os Espíritos se comunicavam no princípio era através da cesta-pião que tinha um lápis em seu centro. As mãos das médiuns eram colocadas nas bordas, de forma que os movimentos involuntários, provocados pelos Espíritos, produzissem a escrita. Com o tempo, a cesta foi substituída pelas mãos dos médiuns, dando origem à conhecida psicografia. Das consultas feitas aos Espíritos, nasceu "O Livro dos Espíritos", lançado em 18 de abril de 1857, descortinando para o mundo todo um horizonte de possibilidades no campo do conhecimento.
A partir daí, Allan Kardec dedicou-se intensivamente ao trabalho de expansão e divulgação da Boa Nova. Viajou 693 léguas, visitou vinte cidades e assistiu mais de 50 reuniões doutrinárias de Espiritismo.
Pelo seu profundo e inexcedível amor ao bem e à verdade, Allan Kardec edificou para todo o sempre o maior monumento de sabedoria que a Humanidade poderia ambicionar, desvendando os grandes mistérios da vida, do destino e da dor, pela compreensão racional e positiva das múltiplas existências, tudo à luz meridiana dos postulados do Cristianismo.
Filho de pais católicos, Allan Kardec foi criado no Protestantismo, mas não abraçou nenhuma dessas religiões, preferindo situar-se na posição de livre pensador e homem de análise. Compungia-lhe a rigidez do dogma que o afastava das concepções religiosas. O excessivo simbolismo das teologias e ortodoxias, tornava-o incompatível com os princípios da fé cega.
Situado nessa posição, em face de uma vida intelectual absorvente, foi o homem de ponderação, de caráter ilibado e de saber profundo, despertado para o exame das manifestações das chamadas mesas girantes. A esse tempo o mundo estava voltado, em sua curiosidade, para os inúmeros fatos psíquicos que, por toda a parte, se registravam e que, pouco depois, culminaram no advento da altamente consoladora doutrina que recebeu o nome de Espiritismo, tendo como seu codificador, o educador emérito e imortal de Lyon.
O Espiritismo não era, entretanto, criação do homem e sim uma revelação divina à Humanidade para a defesa dos postulados legados pelo Rabi da Galiléia, numa quadra em que o materialismo avassalador conquistava as mais brilhantes inteligências e os cérebros proeminentes da Europa e das Américas.
A codificação da Doutrina Espírita colocou Kardec na galeria dos grandes missionários e benfeitores da Humanidade. A sua obra é um acontecimento tão extraordinário como a Revolução Francesa. Esta estabeleceu os direitos do homem dentro da sociedade, aquela instituiu os liames do homem com o universo, deu-lhe as chaves dos mistérios que assoberbavam os homens, dentre eles o problema da chamada morte, os quais até então não haviam sido equacionados pelas religiões. A missão do mestre, como havia sido prognosticada pelo Espírito de Verdade, era de escolhos e perigos, pois ela não seria apenas de codificar, mas principalmente de abalar e transformar a Humanidade. A missão foi-lhe tão árdua que, em nota de 1o. de janeiro de 1867, Kardec referia-se as ingratidões de amigos, a ódios de inimigos, a injúrias e a calúnias de elementos fanatizados. Entretanto, ele jamais esmoreceu diante da tarefa.
O seu pseudônimo, Allan Kardec, tem a seguinte origem: Uma noite, o Espírito que se autodenominava Z, deu-lhe, por um médium, uma comunicação toda pessoal, na qual lhe dizia, entre outras coisas, tê-lo conhecido em uma precedente existência, quando, ao tempo dos Druidas, viviam juntos nas Gálias. Ele se chamava, então, Allan Kardec, e, como a amizade que lhe havia votado só fazia aumentar, prometia-lhe esse Espírito secundá-lo na tarefa muito importante a que ele era chamado, e que facilmente levaria a termo. No momento de publicar o Livro dos Espíritos, o autor ficou muito embaraçado em resolver como o assinaria, se com o seu nome -Denizard-Hippolyte-Léon Rivail, ou com um pseudônimo. Sendo o seu nome muito conhecido do mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar uma confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele adotou o alvitre de o assinar com o nome de Allan Kardec, pseudônimo que adotou definitivamente.
Livros que escreveu:
O Livro dos Espíritos (1857) O que é o Espiritismo (1959) O Livro dos Médiuns (1861) O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864) O Céu e o Inferno (1865) A Gênese (1868) Obras Póstumas (1890)
Em 1º de Janeiro de 1858 o missionário lionês publicou o primeiro número da Revista Espírita, que serviu como poderoso auxiliar para o desenvolvimento de seus trabalhos, trabalho que desenvolveu sem interrupção por 12 anos, até sua morte. Deve figurar na sua relação de obras, não só por ter estado sob sua direção até 1869, como também porque as suas páginas expressam o pensamento e a ação do Codificador do Espiritismo.
Em 1º de abril de 1858, Allan Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas - SPEE, que tinha por objetivo o estudo de todos os fenômenos relativos às manifestações espíritas e suas aplicações às ciências morais, físicas, históricas e psicológicas.
De 1855 a 1869, Allan Kardec consagrou sua existência ao Espiritismo. Sob a assistência dos Espíritos Superiores, representando o Espírito de Verdade, estabeleceu a Doutrina Espírita e trouxe aos homens o Consolador Prometido.
O Codificador desencarnou em Paris, no dia 31 de março de 1869, aos 65 anos de idade. Em seu tumulo está escrito : "Nascer, Morrer, Renascer ainda e Progredir sem cessar, tal é a Lei. "
Frases de Kardec
"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade."
"Nascer, Morrer, Renascer ainda e Progredir sem cessar, tal é a Lei."
"Todo efeito tem uma causa; todo efeito inteligente tem uma causa inteligente; a potência de uma causa está na razão da grandeza do efeito."
"Sejam quais forem os prodigios realizados pela inteligência humana, esta inteligência tem também uma causa primária. É a inteligência superior a causa primária de todas as coisas, qualquer que seja o nome pelo qual o homem a designe."
"Reconhece-se a qualidade dos Espíritos pela sua linguagem; a dos Espíritos verdadeiramente bons e superiores é sempre digna, nobre, lógica, isenta de contradições; respira a sabedoria, a benevolência, a modéstia e a moral mais pura; é concisa e sem palavras inúteis. Nos Espíritos inferiores, ignorantes, ou orgulhosos, o vazio das idéias é quase sempre compensado pela abundância de palavras. Todo pensamento evidentemente falso, toda máxima contrária à sã moral, todo conselho ridículo, toda expressão grosseira, trivial ou simplesmente frívola, enfim, toda marca de malevolência, de presunção ou de arrogância, são sinais incontestáveis de inferioridade num Espírito."
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações"
"Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ela a aceitará."
"Melhorados os homens, não fornecerão ao mundo invisível senão bons espíritos; estes, encarnando-se, por sua vez só fornecerão à Humanidade corporal elementos aperfeiçoados. A Terra deixará, então, de ser um mundo expiatório e os homens não sofrerão mais as misérias decorrentes das suas imperfeições."
"Onde quer que as minhas obras penetraram e servem de guia, o Espiritismo é visto sob o seu verdadeiro aspecto, isto é, sob um caráter exclusivamente moral"
"Pelo espiritismo a humanidade deve entrar em uma nova fase, a do progresso moral, que é a sua consequência inevitável".
"Antes de fazer a coisa para os homens, é preciso formar os homens para a coisa, como se formam obreiros, antes de lhes confiar um trabalho. Antes de construir, é preciso que nos certifiquemos da solidez dos materiais. Aqui os materiais sólidos são os homens de coração, de devotamento e abnegação".
(Textos compilados das seguintes publicações: "O Evangelho Segundo o Espiritismo" - Allan Kardec; "O Livro dos Espíritos" - Allan Kardec, "O L:ivro dos Médiuns" - Allan Kardec ; "A Gênese" - Allan Kardec; "O Céu e o inferno" - Allan Kardec; "Obras Póstumas" - Allan Kardec; "Revista Espírita" - Allan Kardec; Espiritismo para Iniciantes- Grupo Espírita Bezerra de Menezes; "O que é o Espiritismo" - Biografia de Henri Sausse; "Allan Kardec Vol 1" - Zêus Wantuil e Francisco Thiesen).




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Biografia de Allan Kardec



Nascido em Lião, a 3 de outubro de 1804, de antiga família que se distinguiu na magistratura e no foro, Allan Kardec (Léon-Hippolyte-Denizart Rivail ) não seguiu a carreira dos avoengos, sentindo-se, desde os verdes anos, atraído pelos estudos da ciência e da filosofia. Matriculado na escola de Pestalozzi, em Yverdun (Suiça), tornou-se um dos mais aplicados discípulos daquele eminente professor e um dos mais zelosos propagadores do seu sistema de educação, que tão grande influência exerceu na reforma dos estudos de Alemanha e de França. Dotado de notável inteligência e atraído para o ensino por vocação e especiais aptidões, desde os quatorze anos ensinava aos condiscípulos menos adiantados o que ia aprendendo. Foi com essas lecionações que se lhe desenvolveram as idéias, que mais tarde deveriam colocá-lo entre os homens do progresso e do livre pensamento. Nascido na religião católica, mas educado no protestantismo, serviram-lhe os atos de intolerância por que passou, de incentivo, em boa hora, ao pensamento de uma reforma religiosa, na qual trabalhou, em silêncio, por dilatados anos, procurando alcançar o meio de unificar as creças, sem que pudesse descobrir, entretanto, o elemento indispensável para a solução do grande problema. Foi o Espiritismo que, mais tarde, lhe facultou esse meio, imprimindo-lhe aos trabalhos particular orientação.
Concluídos os estudos, tornou à frança; possuindo profundo conhecimento da língua alemã, traduziu para ela diferentes obras de educação e moral, entre as quais , o que é característico, as de Fénélon, que mui particularmente o seduziram. Era membro de muitas sociedades científicas e entre elas a da Academia Real de Arras, que, no concurso de 1831, lhe coroou uma notável memória acertca da questão: Qual o sistema de estudos mais em harmonia com as necessidades da época?
De 1835 a 1840, fundou em sua casa, na rua Sèvres, cursos gratuitos de física, química, anatomia comparada, astronomia, etc.- empresa digna de encômios em qualquer tempo, mas principalmente numa época em que bem poucos eram os interessados que se aventuravam pôr aquela senda. Sempre empenhado em tornar atraentes e interessantes os sistemas de educação, inventou , ao mesmo tempo, um método engenhoso para aprender a contar e um quadro mnemônico da história de França, cujo objetivo era fixar na memória as datas dos mais notáveis acontecimentos, bem como os descobrimentos que ilustram cada reinado.
Entre as numerosa obras de educação, podemos citar as seguintes: Plano para o melhoramento da instrução pública, 1828. _ Curso prático e teórico de aritmética, segundo o método de Pestalozzi , para uso de professores e de mães de família, 1829._ Gramática francesa clássica, 1831._ Manual para exames de capacidade. Soluções racionais de questões e problemas de aritmética e de geometria, 1846. _ Catecismo gramatical da língua francesa, 1848._ Programa dos cursos ordinários de física, química, astronomia, fisiologia (que ele dava no Liceu Polimático).
Pontos para os exames da Câmara Municipal e da Sorbonne, acompanhados de instruções especiais sobre as dificuldades ortográficas, 1849, obra muito estimada na ocasião da qual ainda recentemente se faziam novas edições. Antes que o Espiritismo lhe viesse popularizar o pseudônimo de Allan Kardec, havia ele, como se vê, sabido ilustrar-se com trabalhos de natureza mui diversa, os quais tinham pôr finalidade esclarecer a massa popular, prendendo-a ainda mais ao sentimento de família e ao amor de pátria. Em 1855, quando se começou a tratar das manifestações de Espíritos, Allan Kardec dedicou-se a perseverantes observações do fenômeno e cuidou principalmente de lhe deduzir as conseqüências filosóficas; entreviu de longe o princípio de novas leis naturais; aquelas que regem as relações entre o mundo visível e invisível.
Reconheceu, nas manifestações deste, uma das forças da natureza, cujo conhecimento devia projetar luz a uma infinidade de problemas considerados insolúveis. Finalmente percebeu a relação de tudo aquilo com pontos de vista religiosos. As suas principais obras acerca da nova matéria são: O Livro dos Espíritos, para a parte filosófica, cuja a primeira edição apareceu a 18 de abril de 1857. O Livro dos Médiuns, para a parte experimental e científica, publicada em janeiro de 1861. O Evangelho Segundo o Espiritismo, para a parte moral , publicada em abril de 1864. O Céu e o Inferno, ou A Justiça de Deus segundo o Espiritismo, agosto de 1865. A Gênese, os Milagres e as Predições, janeiro de 1868.
A Revista Espírita, órgão de estudos psicológicos, publicação mensal começada em 1 de janeiro de 1858. Fundou em Paris, a 1 de abril de 1858, a primeira sociedade espírita regularmente constituída, com o nome de Societé parisiense des études spirites, cujo o fim exclusivo era o estudo de tudo quanto pudesse contribuir para o progresso da nova ciência. Allan Kardec se defendeu admiravelmente da pecha de haver escrito sob a influência de idéias preconcebidas ou sistemáticas. Homem de caráter frio e severo, observara os fatos e das observações deduziu as leis que os regem; foi o primeiro que, a propósito desses fatos, estabeleceu teoria e constituiu em corpo de doutrina , regular e metódico. Demostrando que os fatos, falsamente chamados sobrenaturais, são sujeitos as leis, os subordinou à categoria dos fenômenos da natureza, e fez ruir, assim, o último reduto do maravilhoso, que é uma das causas da superstição.
Durante os primeiros anos de preocupação com os fenômenos espíritas, foram estes mais objeto de curiosidade que de meditações sérias. O Livro dos Espíritos fez com que fossem encarados pôr outra face: desprezaram-se as mesas falantes, que tinham sido o prelúdio e se ligou o fenômeno a um corpo de doutrina, que compreendia questões concernentes à humanidade. Da aparição do livro data a verdadeira fundação do Espiritismo, que até então só possuía elementos esparsos, sem coordenação, e cujo o alcance não tinha sido compreendido pôr todos. Também foi desde aquela época que a doutrina prendeu a atenção dos homens sérios e adquiriu rápido desenvolvimento. "Em poucos anos, as idéias espíritas contavam com numerosos aderentes nas classes sociais e em todos os países.
O êxito, sem precedentes, é obra da simpatia que essas idéias encontram, mas também é devido, em grande parte, à clareza característica dos escritos de Allan Kardec. "Abastendo-se das fórmulas abstratas da metafísica, o autor soube fazer-se sem fadiga, condição essencial para a vulgarização de uma idéia. Sobre todos os pontos de controvérsia, a sua argumentação, de uma lógica cerrada, oferece pouco material à contestação e predispõe o antagonista à convicção. "As provas materiais, que o Espiritismo fornece tanto da existência da alma como da vida futura, derrocam as idéias materialistas e panteístas. Um dos princípios mais fecundos da doutrina, o qual decorre do precedente, é o da pluralidade das existências, já entrevista pôr inúmeros filósofos antigos e modernos e, nestes últimos tempos, pôr Jean Reynaud, Charles Fourier, Eugène Sue e outros; mais tinha ficado no estado de hipótese, ao passo que o Espiritismo demonstra a sua realidade e prova que é um dos atributos essenciais da humanidade.
Desse princípio decorre a solução de todas as anomalias aparentes da vida humana, de todas as desigualdades intelectuais, morais e sociais. O homem sabe assim donde vem, para onde vai, para que fim está na Terra e pôr que sofre aqui. "As idéias inatas explicam-se pelos conhecimentos adquiridos em vidas anteriores; o caminhar dos povos explica-se pelos homens do tempo passado, que voltam a esta vida, depois de terem progredido; as simpatias e as antipatias, pela natureza das relações anteriores, relações que ligam a grande família humana de todas as épocas aos altos princípios da fraternidade, da igualdade, da liberdade e da solidariedade universal, têm pôr base as mesmas leis a Natureza e não mais uma teoria.
Em vez do princípio: Fora da Igreja não há salvação, que mantém a divisão e a animosidade entre diferentes seitas e que tanto sangue tem feito correr- o Espiritismo tem pôr máxima: Fora da caridade não há salvação, isto é, a igualdade dos homens pernames Deus, a liberdade da consciência, a tolerância e a benevolência mútuas. Em vez da fé cega, que aniquila a liberdade de pensar, ensina: a fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade; para a fé é preciso uma base e esta é a inteligência perfeita do que se deve crer; para crer não basta ver, é preciso sobretudo compreender; a fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que produz hoje o maior número de incrédulos, pôr querer impor-se. Exigindo a alimentação das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e i livre arbítrio.(Evangelho segundo o Espiritismo).
Trabalhador infatigável, sempre o primeiro a iniciar o trabalho e o último a deixá-lo, Allan Kardec sucumbiu a 31 de março de 1869, em meio dos preparativos para mudar de domicílio, como lho exigia a extensão considerável das múltiplas ocupações. Numerosas obras, que tinha em mão, ou que só esperavam oportunidade para vir a lume, provar-lhe-ão um dia a magnitude das concepções. Morreu como viveu: trabalhando. Desde longos anos sofria do coração, que reclamava, como meio de cura, o repouso intelectual, com pequena atividade material. Ele, porém, inteiramente entregue às obras, negava-se a tudo o que lhe roubasse um instante das suas ocupações de predileção. Nele, como em todas as almas de boa têmpera, a lima do trabalho gastou o aço do invólucro. O corpo, entorpecido, recusava-lhe os serviços; mas o espírito, cada vez mais vivaz, mais enérgico, mais fecundo, alargava-lhe o círculo da atividade. Na luta desigual a matéria nem sempre podia resistir.
Um dia foi vencida: o aneurisma rompeu-se e Allan Kardec caiu fulminado. Um homem desapareceu da terra, mas o seu grande nome tomou lugar entre as ilustrações do século e um culto espírito foi retemperar-se no infinito, onde aqueles, que ele próprio havia consolado e esclarecido, lhe esperavam a volta com impaciência. "A morte, dizia mui recentemente, a morte amiúda os golpes na falange dos homens ilustres!... A quem virá ela agora libertar?" Foi ele, depois de tantos outros, retemperar-se no espaço e buscar outros elementos para renovar o organismo gasto pôr uma vida de labores incessantes. Partiu com aqueles que virão a ser os luminares da nova geração, a fim de voltar com eles para continuar e concluir a obra que deixou confiada a mãos dedicadas. O homem deixou-nos, mas a sua alma será sempre conosco.
É um protetor seguro, uma luz a mais, um labutador infatigável, que foi aumentar as forças das falanges do espaço. Como na terra, saberá moderar o zelo dos impetuosos, secundar as intenções dos sinceros e dos desinteressados, estimular os vagarosos - saberá enfim, sem ferir a ninguém, fazer com que todos lhe ouçam os mais convenientes conselhos. Ele vê e reconhece agora o que ainda ontem apenas previa. Não mais está sujeito às incertezas e aos desfalecimentos e contribuirá para participarmos das suas convicções, fazendo-nos alcançar a meta, dirigindo-nos pelo bom caminho, tudo nessa linguagem clara, precisa, que constitui um característico nos anais literários.
O homem, nós o repetimos, deixou-nos, mas Allan Kardec é imortal, e a sua memória, os trabalhos, o Espírito, estarão sempre com aqueles que sustentarem com firmeza e elevação a bandeira, que ele sempre soube fazer respeitar. Uma individualidade pujante construiu o monumento. Esse monumento será para nós na Terra a personificação daquela individualidade. Não se congregarão em torno de Allan Kardec: congregar-se-ão em torno do Espiritismo, que é o monumento pôr ele erigido. Através dos conselhos dele, sob a sua influência, caminharemos com passo firme para essas fases venturosas prometidas à humanidade regenerada.
(Revue Spirit. Maio 1869).




Ed. Augusto Rezende
30/03/2006.
Uma nova fase aqui será mostrada a todos aqueles que desejarem ter um conhecimento da Doutrina Espírita!

Doutrina - Filosofia e Religião Pela imagem mostrada verificamos que Jesus com apenas um toque de sua mão transmite a cura para aqueles que necessitavam de ajuda!
O Verdadeiro Médium
que a mais de 2000 anos, já nos ensinava o poder de curar com o simples toque de mãos, entretanto, com a Fé inabalável em Nosso Pai Celestial.
Augusto Rezende
30/03/2006.