Doutrina Espirita

Aqui quem quiser encontrará situações sobre a Doutrina Espírita,baseada em Doutrina - Filosofia e Religião; além de estudo, conceitos de grandes vultos que passaram pela vida material, que abraçaram a Doutina Espírita e por psicografia trazem alento para o nosso dia-a-dia, nos mostrando que a vida material não é única, mas a Vida Espiritual de onde vimos e para onde vamos é a principal.

Sunday, April 09, 2006

As Alternativas

1 - DOUTRINA DEÍSTA.

O deísmo compreende duas ordens bem distintas de crentes: os deístas independentes e os providenciais. Os primeiros crêem em Deus e admitem todos os seus atributos como criador.
Deus, dizem, estabeleceu as leis gerais, que regem o universo: mas essas leis, uma vez estabelecidas, funcionam por si sós, sem que o seu autor cuide delas. As criaturas fazem o que querem ou o que podem, sem que Ele com isso se importe.
Não há providência, e desde que Deus não se ocupa conosco, nada temos que lhe pedir e menos que lhe agradecer. Quem nega a intervenção da providência na vida do homem, faz como a criança, que julga com bastante capacidade para dispensar a tutela, os conselhos e a proteção dos pais; ou pensa que estes não se devem mais ocupar com ela, desde que lhe deram o ser. Sob pretexto de glorificar o Senhor, muito grande, dizem, para se abaixar até à às criaturas, fazem dele um grande egoísta, rebaixando-o ao nível dos animais, que abandonam os filhos aos azares da vida.
Esta crença é filha do orgulho e encerra o pensamento de libertar-se de um poder superior, que fere o amor próprio de cada um. Ao passo que uns recusam reconhecer aquele poder, outros aceitam a sua existência, condenando-o, porém à nulidade.
Há uma diferença essencial entre o deísta independente, de que nos temos ocupado, e o deísta providencial; este crê não somente na existência e no poder criador de Deus, como também em sua intervenção incessante na criação; não admite, porém, o culto externo, nem o dogmatismo atual.
Cópia de: (Obras Póstumas).
Augusto Rezende
2 - DOUTRINA DOGMÁTICA.

A alma, independente da matéria, é criada para cada ser, mas sobrevive à morte e conserva a sua individualidade depois dela. O seu destino é desde aquele momento, irrevogavelmente fixado, o seu progresso ulterior são nulos, sendo, por conseguinte, intelectual e moralmente, e para sempre, o que era quando acabou na vida. A do mau, sendo condenada a castigos eternos e irremissíveis, no inferno, nada colhe pelo arrependimento; Deus recusa-lhe a possibilidade de reparar o mal que fez. A do bom é recompensada com a vista de Deus e com a perpétua contemplação no céu. Os casos de condenação ou de salvação ficam a decisão ou juízo de homens falíveis, a quem foi dada o poder de condenar a absolver.
Nota. Se a esta última proposição se objetar, que Deus julga em última instância, responder-se-á, perguntando: qual é, então, o valor da decisão pronunciada pelos homens, pois que pode ser anulada?
Separação definitiva e absoluta dos condenados e dos eleitos, inutilidade de socorros e de consolações aos condenados. Criação de anjos ou almas privilegiadas isenta de todo o trabalho para chegarem à perfeição, etc.
Conseqüências: Esta Doutrina deixa sem solução os seguintes problemas:

1. ª – Donde vem às disposições inatas, intelectivas e moral que fazem os homens nascer bons ou maus, inteligentes ou idiotas?

2. ª – Qual o destino dos que morre na infância? Por que hão de alcançar a bem-aventurança, sem o trabalho a que estão sujeitos os outros por longos anos? Por que hão de ser recompensados, sem nenhum bem terem feito, ou hão de ser privados da felicidade perfeita, sem terem feito o mal?

3. ª – Qual o destino dos loucos e idiotas, que não têm consciência dos seus atos?

4. ª – Onde o cunho da justiça nas misérias e enfermidades de nascença, quando não são resultantes de nenhum ato da vida presente?

5. ª – Qual o destino dos selvagens e de todos os que morrem por força maior, no estado de inferioridade moral, em que os colocou a natureza, se não lhes é permitido progredir ulteriormente?

6. ª – Por que criou Deus uns mais favorecidos que outros?

7. ª – Por que chamar da vida, prematuramente, os que poderiam progredir, se vivessem mais tempo, uma vez que não lhes é dado faze-lo depois da morte?

8. ª – Por que a criação de anjos, sem nenhum trabalho elevado à perfeição, quando o homem é submetido às mais rude provas, em que tem mais provas, em que tem mais probabilidades de sucumbir do que sair vitorioso, etc.? (*).

· A revolução teológica da atualidade procura eliminar, tanto no Catolicismo como no Protestantismo, estes pontos negativos da Teologia clássica. Veja-se o esforço gigantesco de Theillard de Chardin para dar uma orientação evolucionista ao Catolicismo. No Protestantismo a revolução teológica chegou ao extremo do Cristianismo Ateu. Todas as soluções apresentadas até agora são insuficientes e padecem às vezes de gritante incoerência. Enquanto as religiões dogmáticas não substituírem os seus dogmas de fé (que sustentam a fé cega) pelo dogma racional da reencarnação (fundamento bíblico e evangélico do Cristianismo) não escaparão do absurdo, do ilogismo em que se afundaram. (N. do Ver.).
Cópia de: (Obras Póstumas).
3 - DOUTRINA MATERIALISTA.

A inteligência é uma propriedade da matéria, nasce e morre com o organismo. O homem é tão nada antes, como é nada depois da vida corporal.
Conseqüências: Não sendo senão matéria, o homem não tem de reais e de invejáveis senão os gozos materiais; as afeições morais são efêmeras, os laços morais, a morte os rompe para sempre; as misérias da vida não têm compensação; o suicídio deve ser o fim racional e lógico da existência, quando não há esperança de melhoria para os sofrimentos. É inútil qualquer constrangimento para vencer ruis inclinações; deve viver para si, o melhor possível, enquanto dura a vida terrestre; é estupidez contrariar-se e sacrificar comodidades e bem-estar por amor de alguém, isto é, por quem há de ser aniquilado também, os deveres sociais ficam sem fundamento, o bem e o mal são coisas inventadas e a contenção social fica reduzida à ação material da lei civil.

Observações: Não será talvez inútil lembrar aos nossos leitores algumas passagens de um artigo, que publicamos acerca do materialismo na Revue de agosto d 1868.

“O materialismo”, escrevíamos, firmando-se como nunca o fizera em época alguma, dando-se como regulador supremo dos destinos morais da humanidade, assombrou as massas pelas conseqüências inevitáveis das suas doutrinas com relação à ordem social, Por essa razão, provocou, em favor das idéias espiritualistas, uma enérgica reação, que deve dar-lhe a medida do quanto está longe de possuir simpatias tão gerais como supõe, e do quanto se ilude, esperando poder um dia dar leis ao mundo.

“É incontestável que as crenças” espiritualistas do tempo passado são insuficientes para o atual, não se acham no nível intelectual da nossa geração e são, em muitos pontos, contraditadas pelos dados seguros da ciência; sustentam idéias incompatíveis com as necessidades positivas da sociedade moderna; incorrem, além disso, na grande falta de impor-se pela fé cega e prescrever o livre exame.

“Daí, sem a menor dúvida, o desenvolvimento da incredulidade na maior parte dos homens”.

“Naturalmente que se eles fossem criados e educados com idéias mais tarde, confirmadas pela razão, nunca seriam incrédulos”. Quantos, aceitando o Espiritismo, nos têm dito: “se nos tivessem sempre apresentado Deus, a alma e a vida futura de maneira racional, nunca teríamos duvidado!”. Por se haver em princípio recebida má ou falsa aplicação, é razão para que o rejeitem?

“As coisas espirituais são como a legislação e todas as instituições; precisam acomodar-se aos tempos, sob pena de sucumbirem”. Em vez de apresentar algo melhor que o velho espiritualismo, preferiu o materialismo, tudo suprimir, dispensando-se de procurar a verdade, o que parecia mais cômodo àqueles a quem era importuna a idéia de Deus e da vida futura.

“Que diriam de um médico que, julgando o regime de um convalescente insuficiente, lhe prescrevesse absoluta abstinência”?

“O que admira na maior parte do materialista da escola moderna é o espírito de intolerância, levado aos derradeiros limites, quando são os que mais clamam pelo direito de liberdade de consciência”!...

“... Há, na atualidade, da parte de um determinado partido, leva de blóqueis, contra as idéias espiritualistas em geral, das quais naturalmente participa o Espiritismo. O que procuram, não é Deus melhor e mais justo, é o Deus-matéria, menos molesto, porque ninguém lhe precisa prestar contas.

“Ninguém nega a esse partido o direito de opinião e o de discutir as dos outros; mas não se lhe pode autorizar a pretensão, bem singular da parte de homens, que se dá por apóstolos da liberdade, de impedir que os outros creiam a seu modo e discutam as doutrinas de que não compartilham. Intolerância por intolerância, tanto vale a das velhas crenças, como a do moderno materialismo...” *.

O extremismo é um fenômeno psicológico determinado pelo imediatismo, pelo desejo de solução imediata dos problemas. É comum no homem a passagem de um extremo ao outro. Kal Marx, opondo-se ao extremismo religioso, passou para o outro extremo, o do materialismo. Augusto Comte cai do positivismo materialista para fugir às obrigações da metafísica. Sigmund Freud, para combater os exageros do psiquismo afunda-se no pansexualismo. Kardec teve o mérito de não cair em nenhum extremismo, dando ao Espiritismo o equilíbrio que o conserva como doutrina coerente, baseada na tolerância, na fraternidade e na compreensão profunda da natureza evolutiva do homem. (N. do Ver.).



Cópia de: ( Obras Póstumas).
Augusto Rezende.
4 - DOUTRINA PANTEÍSTA.

O princípio inteligente (alma), independente da matéria, está espelhado por todo o universo, mas individualiza-se em cada ser durante a vida, e volta, pela morte, à massa comum, como voltam ao oceano as águas da chuva.
Conseqüências: Sem individualidade e sem consciência de si mesmo, o ser é como se não existisse. As conseqüências morais desta doutrina são exatamente as mesmas do materialismo.
Observação: Um determinado número de panteístas admite que a alma, aspirada, ao nascer, do todo universal, conserva a sua individualidade por tempo indefinido, não voltando à massa geral senão depois de ter alcançado o último grau da perfeição. As conseqüências desta variedade de crenças são absolutamente as mesmas que as da Doutrina panteísta, propriamente dita, porque é completamente inútil todo o trabalho para adquirir conhecimentos, dos quais se perderá a consciência, aniquilando-se a alma depois de um tempo relativamente curto.
Se o espírito recusa a concepção panteísta em geral, sobe de ponto a repugnância em admitir, quando se vem dizer que, ao alcançar a ciência, a perfeição suprema, perde ele o resultado do seu esforço e desaparece a individualidade. (*).

(*) Essa teoria da conservação da individualidade nos estágios inferiores da evolução aparece na Teosofia com a doutrina da alma grupo dos animais. Cada espécie animal constituiria uma alma grupo, para a qual voltaria à alma individual do animal após a morte, enriquecida com suas experiências o psiquismo da espécie. O Espiritismo considera a individualização como objetiva da evolução do princípio inteligente (essência da alma) para o desenvolvimento da consciência em direção a Deus, que é a consciência suprema, mas não para fundir-se nesta e sim para conviver com ela. Essa teoria panteísta confunde a individualidade com o egoísmo. Este que é uma deformação do indivíduo, é que desaparece com a evolução. (N. do Ver).

Cópia de: (Obras Póstumas)
Augusto Rezende.
5 - DOUTRINA ESPÍRITA.

O princípio inteligente é independente da matéria. A alma individual preexiste e sobrevive ao corpo. O ponto de partida é o mesmo para todas as almas, sem exceção; todas são criadas simples e ignorantes e estão submetidas à lei do progresso indefinido. Nada de criaturas privilegiadas ou mais favorecidas que outras; os anjos são almas elevadas à perfeição, depois de terem passado, como as outras, por todos os graus da inferioridade.
As almas ou Espíritos progridem, mais ou menos rapidamente, em virtude do seu livre arbítrio e na medida do seu trabalho e boa vontade. A vida espiritual é a normal; a corpórea não passa de uma fase transitória da vida do Espírito, enquanto este reveste o invólucro material de que de despoja pela morte. O Espírito progride no estado corporal e no espiritual; aquele, porém, lhe é necessário até que tenha alcançado determinado grau de perfeição.
Desenvolve-se pelo trabalho a que é sujeito pelas próprias necessidades e adquire, por esse trabalho, conhecimentos práticos especiais.
Sendo insuficiente uma única existência corpórea para adquirir todas as perfeições, toma um corpo tantas vezes quanta lhe é necessário, trazendo, quando se reencarna, o adiantamento adquirido nas anteriores existências e na vida espiritual. Quando adquiriu no mundo tudo o que se pode aí adquirir, deixa-o, para subir a outros mais adiantados intelectual e moralmente, e menos materiais. Assim chega a criatura à perfeição de que é susceptível.
O estado feliz ou desgraçado dos Espíritos é inerente ao seu adiantamento moral; a punição é a conseqüência do seu endurecimento no mal, de maneira que são eles próprios que se castigam; nunca, porém, lhes é fechada à porta do arrependimento, por onde podem, quando quiserem, voltar ao caminho do bem e alcançar, com o tempo, todos os progressos.
Os que morrem ainda crianças podem ser mais ou menos adiantados, porque já têm tido outras existências, nas quais puderam praticar o bem ou fazer más obras. A morte não os isenta das provas pelas quais devem passar, porque, há seu tempo, recomeçará nova existência, na terra ou em mundos superiores, segundo o grau de elevação de cada um.
A alma dos loucos e idiotas é da mesma natureza das outras e a sua inteligência é muitas vezes superior, sofrendo pela insuficiência de meios para entrar em relação com as suas companheiras de existência, como os mudos sofrem por não poderem falar, senão como expiação ou prova. Abusaram da inteligência em anteriores existências e aceitaram, voluntariamente, a pena que os reduziu à impotência, para expurgo do mal que fizeram. *

As experiências parapsicológicas atuais comprovam cientificamente esta verdade espírita, demonstrando que os retardados e deficientes mentais, no plano extra-sensorial (libertos da rede dos sentidos orgânicos) equiparam-se às criaturas normais e não raro as superam. Débeis mentais exercem funções psi competindo com indivíduos normais. Kardec, em suas experiências na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (ver Revista Espírita) já havia comprovado que os espíritos de idiotas manifestavam-se com plena lucidez e podiam comentar as suas dificuldades do estado de vigília, quando sofriam o constrangimento das imperfeições orgânicas. (N. do Rev.).

Cópia de:(Obras Póstumas).
Augusto Rezende.

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